Wagner Rossi diz que Conab tem problemas muito graves no setor jurídico

Ministro informou que algumas mudanças já estão em curso para aperfeiçoar o setorO ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse nesta quarta, dia 10, que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem deficiências "muito graves" na parte jurídica e que algumas mudanças já estão em curso para aperfeiçoar o setor. Entre elas, Rossi citou a nomeação de procuradores da Advocacia-Geral da União (AGU) para responder a processos contra a estatal e um concurso, já autorizado, para a contratação de advogados.

? Infelizmente, a Conab tem nove mil ações em curso e perdeu prazos em vários processos ? disse em resposta às críticas feitas pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) durante audiência na Comissão de Agricultura do Senado para explicar denúncias feitas pela revista Veja nas últimas duas semanas.

Rossi, que antes de assumir o ministério era presidente da estatal, disse que não teria como acompanhar passo a passo todos os processos. Além disso, segundo o ministro, vários deles eram acompanhados por escritórios de advocacia terceirizados, a um custo entre R$ 50 e R$ 80, insuficiente para a boa prestação do serviço.

Entre as denúncias publicadas pela revista, há um processo no qual advogados da empresa Spam tentam, há muitos anos, receber a quantia de R$ 150 milhões da Conab. Segundo Rossi, o procurador-geral da Conab teria trabalhado contra a própria companhia, em “conluio” com os advogados da Spam, “para dar um golpe no Erário”. Rossi disse que, por isso, determinou que o procurador da estatal fosse afastado e pediu a nulidade do processo.

Rossi disse que não pode dividir a culpa pelas irregularidades cometidas por Oscar Jucá Neto, demitido após registros de ilegalidade. A afirmação responde ao questionamento de Álvaro Dias que perguntou ao ministro se ele não se sentia responsável por não ter conhecimento das ações do ex-diretor da Conab.

Em sua defesa, Rossi afirmou que “não pode assumir a responsabilidade de controlar a portaria do Ministério”. Ele atribui a falta de controle do trânsito de pessoas nas dependências da pasta à afabilidade dos funcionários da portaria.