Opinião

De Washington a Pequim: setor exportador de café está comprometido com agenda do clima em 2021

Gestor de Sustentabilidade do Cecafé chama atenção para o fato de que as mudanças climáticas serão debatidas nas principais cúpulas internacionais de 2021, tema prioritário para os exportadores do grão

Não é exagero afirmar que as mudanças climáticas serão o segundo tema mais importante para lideranças globais em 2021. Em situação normal de temperatura e pressão, ficará atrás apenas do desafio mundial de se por fim à pandemia do novo coronavírus. Vamos às evidências.

O presidente Joe Biden colocará 40 chefes de Estado na mesma tela do Leaders Summit on Climate. A cúpula virtual acontecerá entre os dias 22 e 23 deste mês de abril. Essa foi a segunda sinalização internacional da Casa Branca desde a posse do democrata. A primeira foi retornar os Estados Unidos ao Acordo de Paris. Sinais verdes da nova política externa de Washington.

*Thiago Masson é gestor de Sustentabilidade do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e professor de Relações Internacionais e Agronegócio da Faculdade CNA. Foto: divulgação

O evento medirá a temperatura dos governos nacionais para não deixarem a pauta ambiental derreter na próxima conferência das Nações Unidas. A chamada COP-26 começará em 1º de novembro, em Glasgow, Escócia.

Entre as duas conferências dos dois lados do Atlântico Norte, a sustentabilidade ainda será tema da Cúpula dos Sistemas Alimentares. O palco será a 76º Assembleia-Geral das Nações Unidas, de 14 a 30 de setembro. A ideia será buscar o compromisso de países exportadores e importadores de alimentos para a promoção de sistemas agroindustriais responsáveis.

O fato é que agricultura e sustentabilidade estarão juntas no circuito de cúpulas internacionais de 2021. E essa dobradinha é prioritária e está sendo acompanhada de perto pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Por meio de seu Comitê de Responsabilidade Social e Sustentabilidade (RSS), a entidade desenvolve projetos concretos para promover as melhores práticas agrícolas, o bem-estar do cafeicultor e a responsabilidade socioambiental das empresas exportadoras.

É o caso dos programas Produtor Informado, Criança do Café na Escola e o Café Seguro. Esses são apenas exemplos de contribuições do Cecafé para a sustentabilidade e a segurança de cada grão que sai das lavouras no Brasil e chega a mais de 120 destinos internacionais a cada safra.

O ano das cúpulas internacionais sobre meio ambiente também marcará o lançamento de novas ações do Cecafé em RSS. O balanço de carbono na produção de café e a rastreabilidade ao longo da cadeia de valor, por exemplo, estarão entre os novos temas do cardápio de projetos. A promoção das boas práticas agrícolas e da inclusão social seguirão firmes nas ações da entidade.

A julgar pela agenda multilateral, 2021 deverá ser outro divisor de águas para as discussões sobre reponsabilidade socioambiental em sistemas agroalimentares – da preservação de matas nativas em propriedades rurais à redução do desperdício de alimentos nos grandes centros urbanos.
A pauta não estará restrita ao circuito diplomático de nações do Ocidente. O governo chinês acaba de publicar o 14ª Plano Quinquenal (2021 – 2025). E o desenvolvimento sustentável aparece entre as oito prioridades do plano de voo da segunda maior economia do planeta para os próximos cinco anos.

Das cúpulas internacionais aos planos verdes de Pequim, o Cecafé e seus associados reafirmam o compromisso com os esforços globais para a promoção da responsabilidade socioambiental na cadeia global do café.

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