A União Internacional das Telecomunicações das Nações Unidas (The U.N. International Telecommunication Union) enfatiza o tema “Uma vida melhor nas comunidades rurais com tecnologias da informação e comunicação” como parte do Dia Mundial das Telecomunicações, data criada pela agência global e celebrada anualmente desde 1969.
? O aumento da banda via 4G vai abrir muitas portas para as áreas rurais do mundo, que atualmente não têm acesso fácil a redes avançadas de dados ? garante o membro do IEEE e inventor do chipset TDMA em 1986, Dr. Shuzo Kato.
? Por exemplo, os médicos podem se conectar de forma instantânea e remota através de vídeo para clinicar em áreas distantes ou para orientar os profissionais de emergência no tratamento de doentes ou feridos. Além disso, a tecnologia possibilita o acesso a materiais educacionais para enriquecer a experiência de aprendizagem em sala de aula e pode também ajudar os agricultores a melhorar as práticas agrícolas e aumentar a produtividade ? acrescenta.
Kato, que também é professor do Instituto de Investigação das Comunicações Elétricas, da Universidade de Tohoku, no Japão, observa que, com velocidades de transferência de dados de pico entre 100 Mbps e 1 Gbps (mais rápida do que a maioria dos consumidores de Internet fixa tem acesso atualmente), o wireless 4G vai eliminar o abismo digital entre grandes centros urbanos e rurais nos países emergentes. Além disso, o 4G, com um número maior de bandas de frequência do que as gerações wireless anteriores, permite que as operadoras utilizem o sinal de baixa frequência que viaja muito além das estações de transmissor usando a mesma quantidade de energia. Isso amplia a cobertura geográfica a um custo menor do que as atuais gerações de tecnologia wireless.
De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (United Nations Population Fund), quase metade da população mundial (mais de três bilhões de pessoas) mora em regiões rurais. Com densidades populacionais relativamente baixas, a relação de custo e efetividade para realizar o cabeamento de fibra ótica e oferecer serviços de telecomunicações nessas áreas tem sido tradicionalmente um empecilho. Da mesma forma, as limitações de banda e cobertura das gerações anteriores do wireless se tornaram um desafio para os operadores de alguns países, como Brasil e Índia, considerando os tipos de serviços necessários para tornar o investimento viável.
No entanto, nos últimos anos, a mudança para a ampliação do acesso wireless nas zonas rurais e regiões emergentes tem crescido. De acordo com pesquisas recentes realizadas pela Wireless Intelligence, mercados emergentes respondem por quase 80% do total mundial em conexões móveis. A China e a Índia, que são classificadas como economias em desenvolvimento pelas definições do Banco Mundial (considerando o Rendimento Nacional Bruto), juntas representam quase 30% (1.5 bilhões) do total mundial de conexões móveis.
? Conforme o volume de assinantes de serviços wireless cresce em áreas rurais e em desenvolvimento, espera-se que os custos mais baixos com infraestrutura se traduzam em mais serviços e capacidade para todos, independentemente da localização, para auxiliar o crescimento industrial e econômico de forma mais eficiente ? diz membro sênior do IEEE e arquiteto-chefe de normas para o Mobile Wireless Group da Intel, Carlos Cordeiro.