Tendência em vários países, os chamados estudos de longa duração sobre biodiversidade possibilitam entendimento dos processos biológicos e humanos que determinam o padrão de distribuição e abundância de espécies.
Ainda são poucos no Brasil os programas de pesquisa que durem mais de dois ou três anos. Além disso, a falta de integração dos estudos, a sobreposição de projetos em um mesmo sítio e ausência em outros limitam o entendimento dos impactos que as mudanças ocorridas em determinado local podem provocar em outros.
? Fazer pesquisa de longa duração em documentação e conservação da biodiversidade implica mudanças na maneira de fazer pesquisa, por parte do pesquisador, desde a escolha do bioma a investigar até a forma de sistematizar e compartilhar dados. Já por parte das agências de fomento, é necessário criar programas em que a dimensão temporal esteja formalmente prevista e planejada ?, disse Luciano Verdade, professor da Universidade de São Paulo (USP) e membro da coordenação do Biota-FAPESP.
No workshop, Penelope Firth, da Divisão de Biologia Ambiental da National Science Foundation, dos Estados Unidos, apresentará a palestra Dimensions on Biodiversity, sobre o programa de documentação da biodiversidade financiado pela agência. O programa de longa duração sobre processos ecológicos National Ecological Observatory Network (NEON) será o tema da palestra de Michael Keller.
O programa Long-Term Ecological Research (LTER), de Portugal, será o tema da palestra de Margarida Santos-Reis, da Universidade de Lisboa e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia.
Flávia Costa, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), falará sobre o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), coordenado por ela. O programa do Ministério da Ciência e Tecnologia, de abrangência nacional, aborda um grande número de sítios de estudos de biodiversidade com padronização amostral e um banco de dados aberto à sociedade.
Avaliação Intermediária de Programas de Longa Duração será o tema de Rafael de Sa, da Divisão de Biologia Ambiental da NSF. Banco de Dados Compartilhado será o tema de Luiz Horta, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apresentará a estrutura e funcionalidade do Banco de Dados do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA), do Inpa.
O workshop será realizado no Espaço APAS (Associação Paulista de Supermercados ? Rua Pio XI, 1.200, Alto da Lapa). As inscrições, programação e mais informações podem ser consultadas no site.