O Ministério da Agricultura confirmou na noite desta segunda-feira, 29, que a China suspendeu temporariamente a importação de carne de três frigoríficos brasileiros com Serviço de Inspeção Federal (SIF) e a pasta vetou uma quarta planta.
A Administração-Geral das Aduanas da China (GACC, em inglês) não apresentou justificativas formais para os embargos. Porém, preocupado com novos surtos de Covid-19 identificados próximos à Pequim, nas últimas semanas o governo chinês tem descredenciado as licenças para exportação de indústrias de alimentos de diferentes países, como Alemanha e Reino Unido.
Mas, para o comentarista do Canal Rural Alexandre Garcia, a ação do governo chines pode ser contraditória.
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“É uma ironia que os chineses estejam preocupados com a volta de um vírus que saiu da própria China. Eles sabem que nós temos um protocolo muito rigoroso em toda a cadeia produtiva da carne. Aliás, muito mais rigoroso do que a própria China foi em relação ao mercado de animais em Wuhan, epicentro da Covid-19. Por outro lado, é justo, já que o Brasil está com um número significativo de pessoas infectadas pelo coronavírus”, afirmou Garcia.
Ainda de acordo com o comentarista, o assunto precisa ser tratado sem preferências políticas ou ideológicas.
“Agora a fica lição de não colocar todos os ovos em uma cesta só. Os chineses são dependentes da nossa proteína mas o Brasil também é dependente do mercado asiático em uma grande proporção. E precisamos agora procurar diversificar esse mercado. O desejo é que o impasse seja solucionado de forma rápida e racional, como devem ser tratadas todas as negociações internacionais”, diz.
