Foi lançado nesta semana, em Brasília, o projeto “Mulheres: Saúde Ambiental e Saneamento Rural”, com o objetivo de promover políticas públicas relacionadas à água e ao saneamento para as populações mais atingidas por esse problema. O foco é principalmente mulheres que vivem em regiões de seca e de difícil acesso à água tratada. O projeto piloto vai ter início em 18 municípios do Cariri Ocidental, na Paraíba.
A iniciativa é da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI) e do Ministério da Saúde do Brasil, por meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). As ações serão realizadas em parceria com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Cariri Ocidental (Cisco).
“Pela primeira vez, tem a mulher como objeto principal dentro da política pública de saneamento” — Raphael Callou
“Essa iniciativa tem duas áreas muito interessantes: pela primeira vez, tem a mulher como objeto principal dentro da política pública de saneamento e, ao mesmo tempo, difundir isso junto às autoridades nacionais e locais, tendo nesse projeto piloto no Cariri Ocidental a primeira parte de uma iniciativa que visa, no futuro, ganhar dimensão e chegar a outras localidades”, disse o diretor da OEI no Brasil, Raphael Callou.
Dados do Sistema Único de Saúde (Datasus) revelam que, em 2019, ocorreram 273 mil internações em hospitais da rede pública por causa de doenças causadas por água não tratada ou contaminada. De acordo com o Ministério da Saúde, o acesso pleno ao saneamento pode reduzir em 63,4% a incidência de doenças ginecológicas em mulheres com idade entre 12 e 55 anos.
Etapas do projeto piloto no Cariri
O projeto foi estruturado em três etapas. Na primeira, consultores vão coletar dados para uma pesquisa qualitativa e quantitativa sobre a realidade das mulheres na região. Em seguida, haverá duas capacitações sobre o tema de água e saneamento básico com cerca de 50 lideranças.
Na terceira etapa, serão realizadas 50 oficinas com lideranças locais para abordar temas e ações como construção de banheiro seco, reaproveitamento de água, acesso ao microcrédito e manejo de resíduos sólidos. A organização do projeto destaca que as ações escolhidas têm como base experiências já realizadas em outros países. A expectativa é que o projeto seja concluído até o fim de 2023.