O avanço do novo coronavírus no Brasil continua impactando os setores produtivos no Brasil e no mundo. De acordo com levantamento da consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio, nesta segunda feira, 30, a esperança de uma possível vacina contra a doença levou otimismo para os mercados acionários no mundo. Abaixo, confira esse e outros destaques do relatório da empresa!
Soja em alta
No mercado físico brasileiros, os preços registraram novas altas, puxadas pela forte escalada do dólar, que atingiu a segunda maior preço da história, levando a cotação nos portos brasileiros para o patamar de R$ 102 por cada saca de 60 quilos.
Em relatório o analista de mercado Carlos Cogo ressalta que as exportações crescem com o avanço da colheita em todas as regiões, a demanda é aquecida para vendas e também para esmagamento interno.
As indústrias nacionais têm acirrado a competição com os compradores externos pelo grão, com repasses das valorizações do grão aos derivados, já que a demanda por farelo e óleo está firme e pode aumentar ainda mais.
Boi: preço deve seguir sustentado com alta na demanda interna
Com os preços mais valorizados em importantes regiões de comercialização do país, sustentados pelo retorno de frigoríficos às compras para reabastecer estoques a fim de atender o mercado doméstico e também compromissos de exportação.
Segundo o estudo, apesar das incertezas que a crise do vírus provoca no mercado, a tendência é de firmeza no mercado físico nos próximos dias, sobretudo porque as condições das pastagens permitem que os pecuaristas limitem as ofertas.
Além disso, a perspectiva é de que o consumo doméstico continue aquecido com a aproximação do período de pagamento de salários.
Os frigoríficos precisam comprar para reabastecer estoques, após uma demanda mais aquecida no atacado de carne na última semana.
Leite: alta nos preços, mas há sobras de derivados no mercado
O preço do leite segue valorizado, aponta o relatório. A cotação paga ao produtor brasileiro subiu 1,42% em março e alcançou R$ 1,437 por litro, na média nacional.
O movimento de alta, que ocorre desde dezembro de 2019, deve-se à concorrência entre laticínios pela matéria-prima diante da oferta limitada no país.
Segundo a consultoria, a menor disponibilidade de leite em pleno período de safra resulta na instabilidade climática, além disso, a alta nos valores do concentrado, puxado pelo aumento dos grãos, fornecido ao gado leiteiro e o maior abate de vacas leiteiras têm desestimulado o incremento da produção de leite.
Lácteos
As incertezas entre os consumidores acerca da manutenção do abastecimento levaram atacadistas e varejistas a intensificar a procura por derivados em março, em especial do leite longa vida (UHT). No acumulado de março, o preço nominal do UHT recebido pelas indústrias em São Paulo subiu 24,7%.
Porém, segundo a consultoria, o fechamento de restaurantes e bares afetou negativamente o consumo de lácteos refrigerados, como queijos- que respondem por mais de 30% do leite nas indústrias.