Os termômetros registraram 3 ºC na última madrugada na zona rural de Jaciara, em Mato Grosso, e uma fina camada de gelo se formou em cerca de 300 hectares da lavoura de algodão de Silvino Bortolini. O cenário inédito surpreendeu o produtor, que nunca havia presenciado o fenômeno na região.
“Fomos dar uma volta pela lavoura de manhã e nos deparamos com aquele negócio branco, aí ‘encontramos a geada’. Estamos aqui no município de Jaciara há 41 anos e nunca tinha acontecido um frio tão violento, de sapecar a lavoura”, conta Bortolini.
A área que sofreu com o fenômeno tinha colheita prevista para o começo de agosto. No entanto, a fase atual da lavoura é a de desenvolvimento dos capulhos – os botões ou maçãs do algodão -, o que pode ser afetado pela ação do frio intenso.
“Estamos meio preocupados, porque tem bastante maçã em formação. Daqui a uma semana vai dar para saber se vão parar de crescer”, diz.
Na mesma região, o também produtor de algodão Murilo Degasperi Fritz calcula os prejuízos provocados pela geada, que atingiu sua plantação mais nas baixadas na beira da mata. Mostrando os primeiros capulhos que estão se abrindo num talhão de 150 hectares, avalia que pode haver uma perda de produção grande na área.
“Mas ela não vai encher porque perdeu a folha que a alimenta”, conta Fritz, afirmando que a geada nunca vista na área “torrou” as folhas do algodão.