Perda de 45 hectares da plantação de bananas, todo o sistema mecânico de irrigação destruído, um prejuízo de R$ 4 milhões e 25 anos de história consumida em poucas horas por um fogo devastador. Esse foi o cenário final encontrado pelo produtor Rafael Bianchi, no último sábado, 2, após um incêndio atingir sua propriedade, localizada no município de Sinop, região norte de Mato Grosso.
Bianchi conta que tudo aconteceu de maneira muito rápida. “Realmente foi uma coisa assustadora, de pânico mesmo. O fogo veio da beira do rio Teles Pires, passando por pequenos lotes, até que chegou no nosso bananal. O desespero foi grande vendo o fogo voando, 600 metros e sem controle. Estava ventando muito na hora e isso deixou um rastro de destruição”, lamenta o proprietário.
De acordo com ele, as frutas perdidas eram parte da matéria-prima da produção de 1.800 quilos de balas da fábrica que atende três estados: Pará, Rondônia e Amazonas. A expectativa, agora, é de um prejuízo milionário.
“Ainda não realizamos um levantamento minucioso, mas, por cima, já podemos avaliar uma perda de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões. As pessoas precisam tomar mais cuidado durante o período da seca, porque qualquer fagulha pode causar estragos enormes”, alerta.
Rastro de destruição
Ainda em Sinop (MT), o produtor Osvaldo Pasqualotto também sentiu o peso do fogo nas lavouras. Produtor de milho, ele conta que um incêndio atingiu sua plantação de 200 hectares em plena colheita e devastou completamente um trator com apenas oito dias de uso e que ainda não possuía seguro.
“O trator era do meu cunhado. Aqui, em Mato Grosso, nós estamos a mais de dois meses sem chuva e com temperaturas muito altas. Com isso, durante a colheita do milho, qualquer atrito da máquina com a palha seca pode acabar em uma grande tragédia, mesmo usando todos os aparatos de água e grade”, explica o produtor.
“Quando o fogo chega aos maquinários é muito difícil de conseguir combater e os prejuízos são enormes. Estamos calculando uma perda de mais de R$ 1 milhão. Além disso, nós produtores enfrentamos os órgãos ambientais, que chegam e multam as propriedades via satélite, causando mais transtornos e custas de advogados. Depois de tudo o que perdemos, ainda precisamos explicar os motivos que causaram o fogo”, desabafa Pasqualotto.