Um dos destaques na pauta de exportações é o melão, em segundo lugar na lista, com 85 mil toneladas embarcadas. O sócio-fundador da companhia Agrícola Famosa, Luiz Roberto Barcelos, comenta o cenário internacional.
“Nós tivemos alguns fatores favoráveis às exportações de frutas. O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, atrás apenas da China e da Índia, à frente dos Estados Unidos, mas não somos os maiores exportadores — estamos em 23º lugar, exportando menos de 3% da nossa produção. Então, existe um potencial gigantesco para a gente ocupar no mercado de fora. Especificamente nesses últimos meses o que tem acontecido é que o câmbio está muito favorável e o mercado interno está muito retraído, então isso faz com que os produtores-exportadores busquem mais exportações para poder ter uma m eklhor rentabilidade. Depois, também, com a quetão da pandemia, as pessoas têm ficado mais em casa. A fruta é um alimento que você consome mais em casa, então houve um aumento na demanda. Além de que as frutas têm um apelo de saúde, são alimentos ricos em vitaminas e sais mineairs, então as pessoas estão consumindo mais. Outro fator, para o melão, é que no verão europeu se consome muito melão, mas a produção é feita por imigrantes: com a pandemia, os imigrantes não puderam se locomover para produzir. Por conta disso, caiu a produção e estão comprando mais frutas no Brasil. A soma de tudo isso teve um efeitoi de aumento considerável nas exportações.”
“Hoje, nós temos uma concentração muito grande das exportações na comunidade europeia. É preciso analisar o risco de pragas viajarem com as frutas frescas, é um processo lento e demorado. A principal praga que nós temos, a mosca-do-mediterrâneo, e ela veio da Europa, então a Europa não pode botar barreiras de importação contra nossas frutas. É por isso que a gente acessa muito o mercado europeu, temos uma concentração de quase 80% das exportações de frutas para a Europa. Mas estamos abrindo mercados novos, principalmente o chinês, com o melão brasileiro. Infelizmente a pandemia atrapalhou, mas já começamos a fazer alguns embarques. O Brasil planta vinte mil hectares de melão, dos quais dez mil são para exportações. A China, só pra consumo próprio, planta mais de 400 mil hectares. É 40 vezes nossa produção de exportação, e no inverno es não conseguem produzir por causa das temperaturas muito baixas. Então, é bem possível que a gente consiga explorar esse mercado, não só da China, mas de outros países da Ásia, como as Filipinas e o Vietnã, que têm procurado as nossas frutas.”