“Eu adoro aprender. A gente fala que o Senar é uma bênção na vida da gente”, conta, satisfeita, Orestalina Ferreira Lopes, produtora de leite atendida pelo Programa ATeG, desenvolvido pelo Sistema Faemg/Senar/Inaes em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Itamarandiba em Coluna, no Vale do Rio Doce. A pecuarista, que gerencia a Fazenda Cantinho do Céu junto com o marido Anderson da Consolação Pereira e dois funcionários, não poupa elogios para a transformação na propriedade.
Eles contam com a assistência do veterinário Danilo Dayrell, técnico de campo do casal há 18 meses. Os números impressionam, pois, de acordo com Danilo, a produção de leite aumentou 1000%. Passou dos 20 litros/dia no começo do trabalho para os atuais 200 litros/dia, com meta de chegar a 300 litros/dia até junho, quando a assistência termina. O técnico reforça que a dedicação de Orestalina foi fundamental para o sucesso do projeto: “ela é bem técnica, muito diferenciada, aberta às mudanças. Realmente incrível”.
“A primeira providência foi o planejamento alimentar. Hoje a propriedade é autossuficiente em alimento para o gado, o que fez cair o custo de produção. Também fizemos o melhoramento genético e hoje 100% do rebanho dela é por inseminação. O casal ainda fez vários cursos de capacitação do Senar, como vaqueiro, cerqueiro e inseminador”, detalha Danilo. Ele também ressalta a sustentabilidade e a qualidade de vida trazidas pelo curso de fossa séptica, que eles também fizeram: “aplicamos a assistência técnica para os bovinos, mas ‘de olho’ em tudo. Qualquer atividade tem que ser para melhorar a vida do produtor também”.
Melhorias visíveis
Orestalina e o marido Anderson são naturais de Coluna. Moravam em Belo Horizonte e resolveram retornar para a terra natal após se aposentarem. Assumiram a fazenda herdada do pai dela sem saber exatamente o que deveriam fazer e, por dois anos, tiravam leite das 11 vacas apenas para si, sem muitas expectativas – até serem convidados para uma reunião de sensibilização do ATeG. “Eu achei muito interessante, mas não achava que ia ser chamada. Aí fomos e o Danilo veio atender a gente”, conta.
“O Danilo é muito bom e disponível, sempre pronto a atender e ensinar. É um excelente veterinário e ótima pessoa. Ele ‘põe a gente para frente’. A gente tinha só um pasto e ele já chegou falando onde precisava plantar o que, onde colocar o que. Hoje, as vacas ficam só no cocho e também fizemos um bezerreiro. O bem-estar animal é visível”, elogia. Das 11 vacas do começo, o casal passou para 20 animais, sendo 14 em lactação.
A produtora ainda fez o curso de derivados do leite do Senar e produz requeijão caseiro, doce de leite cremoso, queijo minas padrão e queijo minas frescal. A propriedade, inclusive, faz parte do Guia Virtual do Empório Senar Minas. Para o futuro, Orestalina diz que quer não só atingir os 300 litros de leite/dia, mas também ampliar a produção dos derivados beneficiando uma parte maior do leite, que hoje é vendido para uma cooperativa.