A recuperação das atividades econômicas na China e a soja brasileira mais barata, em função do dólar, puxaram as exportações em março. O levantamento é da Consultoria Agrinvest e, segundo a empresa, o Brasil deve embarcar 10,4 milhões de toneladas do grão só neste mês.
O volume representa uma alta de 23%, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Esse é o quinto maior volume mensal da história.
De acordo com a consultoria, esse cenário positivo nas exportações deve continuar até o final do primeiro semestre, mas o Brasil não vai conseguir produzir o suficiente para atender a demanda esperada.
”Nós temos visto a China comprando soja até julho. A produção brasileira está estimada ao redor de 121 milhões de toneladas. Nós trabalhamos com a exportação brasileira entre 78 milhões de toneladas, nosso recorde é de 84 milhões de toneladas. Não temos soja suficiente para repetirmos um programa de exportação de 84 milhões, só se houver um racionamento da demanda interna brasileira”, explica ele.
“Não vamos ter soja para atender o mercado interno e o mercado externo, já que a produção esse ano foi afetada, principalmente pela seca que ocorreu no Rio Grande do Sul”, diz Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest.
Cerca de 70% da soja escoada no Brasil é por meio rodoviário. A preocupação neste momento é garantir a continuidade do trabalho de quem transporta pela estrada.
”É importante que nós tenhamos uma continuidade no fluxo dos caminhoneiros trabalhando. E também as rodovias funcionando para podermos ter esse serviço ao longo do ano”.
Ainda segundo o analista, o preço da saca para o mercado futuro é favorável. ”Hoje se fechou negócio a R$ 102,50 por saca. Levando em conta esse dólar recorde, o mercado futuro para a soja aponta para preços bem melhores. No entanto, na contramão disso tudo, Chicago teve queda de 15 a 20 centavos, então vai depender de cada investimento”, finalizou.