O ex-deputado federal Valdir Colatto pediu exoneração do cargo de diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) nesta quinta-feira, 8. Em entrevista exclusiva ao Canal Rural, ele afirmou que o “rumo que os trabalhos estavam tomando” não era condizente com as ações que ele vinha e pensava em seguir implementando.
“Tenho uma história com o Código Florestal. O projeto foi de minha autoria quando fui deputado federal, sou um estudioso do assunto. Houve uma reestruturação das ações e entendo que não é o caminho a ser percorrido, não dará certo e trará dificuldades aos produtores rurais brasileiros”, disse.
Foram pouco mais de dois anos no comando do SFB, período em que a implementação do Cadastro Ambiental Rural era conduzido pelo Ministério da Agricultura, mas implementado nos estados pelas secretarias ambientais, o que trazia muita dificuldade, de acordo com Colatto. Ele conta que a saída se deu para deixar a ministra “à vontade” para ajustar o sistema.
“Eu sou amigo pessoal da ministra Tereza Cristina, tivemos uma conversa tranquila, deixei claro que quis deixá-la à vontade para montar a nova equipe e tocar o que acha correto para implementar o CAR”, reforçou.
O ex-deputado também afirmou ao Canal Rural que as instruções normativas que regulamentam os instrumentos de implementação das ações de meio ambiente são ainda do governo anterior e que há um choque de posições com a nova visão desta gestão.
“Precisamos de uma visão atual e não do passado. Há um choque de posições e não vou mudar minha linha de pensamento”, declarou.
Valdir Colatto afirmou ainda que a troca de profissionais de sua gestão, além de um novo decreto que alterou o trabalho que vinha sendo feito, aceleraram sua saída. “Ficou impraticável tocar o serviço na nova estrutura criada. O mais complexo pra mim é: o Ministério da Agricultura vai implementar o CAR, mas nos estados a autonomia será das secretarias de Meio Ambiente”.
Ele disse que solicitou aos estados que exista um alinhamento entre as secretarias estaduais de Agricultura e Meio Ambiente para que não haja conflitos. “Enviei uma carta aos governadores pedindo harmonia entre os órgãos. Até agora somente Rondônia me respondeu”, disse.
A exoneração do ex-parlamentar, que deve voltar a Santa Catarina, seu estado de origem, deve ser confirmada a partir da próxima segunda-feira, 12.
Procurada pela reportagem, a assessoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que a pasta não iria comentar o assunto.