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Brasil exporta 1,9 milhão de sacas de café solúvel no 1º semestre de 2022

No primeiro semestre de 2022, o Brasil exportou café solúvel para 104 países, com os Estados Unidos sendo o principal cliente

A exportação brasileira de café solúvel atingiu receita cambial de US$ 323,501 milhões no primeiro semestre deste ano, o que corresponde a um aumento de 34,6% em comparação com igual período de 2021 (US$ 240,426 milhões).

O volume embarcado, no entanto, registrou queda de 2,2% no período, de 1,914 milhão de sacas para 1,873 milhão de sacas de 60 kg. As informações estão em relatório estatístico da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).

O diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima, disse no relatório que o desempenho até agora surpreende, principalmente em volume, que recuou pouco diante das expectativas. “O resultado aferido no primeiro semestre é interessante diante da crise logística no comércio marítimo global e dos mais de quatro meses de conflito entre Rússia e Ucrânia”, comentou.

“No primeiro semestre, a guerra fez com que as importações russas e ucranianas de café solúvel do Brasil caíssem, juntas, quase 126 mil sacas, potencializando um declínio previsto em virtude dos gargalos logísticos. Em contrpartida, as indústrias brasileiras ampliaram, de 45% a até 534%, suas vendas a outros 24 mercados, com destaque para Mianmar, Canadá, Reino Unido e Colômbia, que figuram entre os 10 principais destinos do produto nesses seis meses”, destacou.

Para Lima ressaltou, ainda, o desempenho dos embarques para a China. “Os chineses vêm ampliando paulatinamente suas importações do solúvel brasileiro e, atualmente, ocupam a 28ª posição no ranking dos principais parceiros. De janeiro ao fim de junho, o país asiático adquiriu 14.575 sacas do produto, apresentando um crescimento de 148,3% frente ao primeiro semestre de 2021”, informou.

Ele argumenta que um dos motivos para o desempenho alcançado até o momento é a capacidade de produção e obtenção de novos clientes das indústrias nacionais de café solúvel, aliada a uma leve melhora logística, o que permite que o Brasil siga honrando seus compromissos e mantendo seu market share, “lembrando que essa performance ainda é resultado das comercializações fechadas ao longo de 2021”, ponderou.

O diretor da Abics acrescentou que, apesar do desempenho acima do esperado, a continuidade dos gargalos logísticos, dos altos custos da matéria-prima e, em especial, dos impactos da guerra faz com que o segmento permaneça apreensivo e preocupado. “A apreensão aumenta quanto ao desempenho do segundo semestre, pois são vendas efetivadas no fim de 2021 e início de 2022, que incorporam os custos maiores dos cafés robusta e arábica, com impacto direto na competitividade internacional de nossos produtos. Não há um cenário nítido para o futuro sobre logística, custos e guerra. Precisamos seguir monitorando constantemente e procurando soluções para mitigar os significativos impactos disso tudo”, analisou.

Destinos

No primeiro semestre de 2022, o Brasil exportou seus cafés solúveis a 104 países, com os Estados Unidos sendo o principal cliente. Os norte-americanos importaram 386.015 sacas até o fim de junho, o que representa 20,6% do total. Na sequência, vêm Argentina, com 154.137 sacas (8,2%); Indonésia, com 136.755 sacas (7,3%); e Japão, com 94.688 sacas (5,1%).

A Rússia, ainda segurada pelas importações feitas antes da guerra, fecha o “top 5” dos principais parceiros comerciais do café solúvel nacional. Nos seis primeiros meses deste ano, com representatividade de 5% das exportações totais, os russos compraram 94.103 sacas, volume que implica queda de 44,5% na comparação com as 170 mil sacas observadas no mesmo período de 2021.

O consumo de café solúvel no Brasil, de janeiro ao fim do mês passado, avançou 0,2%. Os brasileiros consumiram o equivalente a 478.998 sacas, levemente acima das 478.182 sacas registradas no primeiro semestre do ano passado.

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