Após 2021 ficar marcado como ano da safra mais cara da história, 2022 inicia com uma queda de 0,46% nos custos de produção na comparação entre janeiro e dezembro. É o que aponta o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP), calculado pela Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
- Perdas de produtividade na soja no RS superam 40%, diz Emater
- Preços das commodities dispararam após invasão da Ucrânia
Segundo a entidade, o movimento de retração está alinhado com a sazonalidade. Os itens com maior queda foram os fertilizantes, que registraram redução dos preços internacionais.
Apesar da queda no primeiro mês do ano, o acumulado em 12 meses atingiu uma alta de 50,02%, bem acima do IPCA que ficou em 10,38%. A escassez de insumos agrícolas foi o que mais impactou para a valorização dos preços desses itens que tem grande influência no custo operacional total.
Já o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) teve uma alta de 6,41% em janeiro. As principais elevações aconteceram nos sacos de milho e soja, reflexo da estiagem no desenvolvimento das lavouras.
No acumulado em 12 meses, o IIPR ficou em 8,37%, um pouco acima do IPCA Alimentos (8,04%). Este cenário não acontecia desde agosto de 2021 e comprova que o aumento dos preços nas gôndolas não está diretamente atrelado aos valores praticados no campo.
“Há uma série de processos entre as porteiras das propriedades rurais e as prateleiras dos supermercados que contribuíram para o aumento dos preços dos produtos alimentícios ao consumidor”, ressalta a Farsul.