As exportações totais de café em novembro, somando café verde e industrializado (torrado e moído e solúvel), ficaram em 2,930 milhões de sacas de 60 quilos, apresentando queda de 38,6% no comparativo com o mesmo mês de 2020 (4,770 milhões de sacas). Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
A receita em novembro chegou a US$ 570,572 milhões, recuando 4,6% sobre novembro de 2020. O preço médio por saca nos embarques subiu 55,3% em novembro, passando de US$ 125,38 por saca em novembro de 2020 para US$ 194,73 por saca em novembro de 2021.
Com o ingresso de US$ 570,6 mil em novembro, a receita cambial com as exportações brasileiras de café avançou para US$ 5,4 bilhões no acumulado de 2021, apresentando evolução de 5,9% na comparação com os ingressos obtidos em igual período de 2020. No mesmo intervalo, o volume embarcado recuou 10%, fechando os 11 primeiros meses deste ano em 36,3 milhões de sacas de 60 kg.
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Segundo o presidente da entidade, Nicolas Rueda, o desempenho positivo da receita reflete um cenário de câmbio forte e os elevados preços internacionais do produto. “Temos vivenciado momentos de volatilidades muito altas no mercado, com as cotações se aproximando de níveis históricos em reais. O preço médio das exportações em 2021, de US$ 148,81 por saca, é o maior desde 2017. Aliado a isso, o dólar permanece fortalecido frente ao real, o que favorece o crescimento da entrada de recursos ao Brasil com as remessas cafeeiras”, explica.
Em relação à queda no volume das exportações, Rueda anota que resulta do impacto da continuidade dos gargalos logísticos no comércio marítimo global e da menor safra colhida pelo Brasil em 2021. “Diante da colheita mais baixa este ano, seguimos convivendo com disputa por contêineres, espaço nos navios, sucessivos cancelamentos de bookings, rolagens de cargas e fretes extremamente altos. Esse cenário preocupa, uma vez que experts do segmento indicam que se arrastará a 2022, devido ao grande volume dos produtos agrícolas acumulados nos portos do Brasil, o que impactará o desempenho de nossos embarques”, projeta.
De acordo com ele, adicional aos problemas logísticos que “integram o quadro do novo normal”, é importante lembrar que a cadeia produtiva vem fazendo sua transição à safra 2021/22, que é de ciclo baixo e bem inferior à safra recorde passada. “Portanto, o potencial mesurado através dos volumes de exportação deverá continuar registrando uma tendência negativa, fenômeno completamente normal e esperado em função dos menores volumes de produção”, argumenta.
O presidente do Cecafé pondera, entretanto, que, mesmo diante das dificuldades recentes, é válido destacar a resiliência e a inovação dos exportadores brasileiros de café. “Com a anuência dos importadores em destino, esses profissionais desafiaram a logística clássica baseada no contêiner e buscaram alternativas, como, por exemplo, a modalidade ‘break bulk’. Tudo com o intento de vencer os gargalos derivados da falta de contentores e frequências marítimas”, completa.
Ano safra
Nos cinco primeiros meses da temporada cafeeira 2021/22, o Brasil registra a melhor receita cambial dos últimos cinco anos. O país obteve US$ 2,6 bilhões com o envio de 15,3 milhões de sacas de julho a novembro, desempenho que representa alta de 4,4%, porém recuo de 24,5% em volume.
Principais destinos
No acumulado do ano, o Brasil exportou café para 121 países, com os Estados Unidos permanecendo na liderança do ranking ao adquirirem 7,072 milhões de sacas, volume 2,9% inferior ao aferido entre janeiro e novembro de 2020. Esse montante representou 19,5% dos embarques totais do país até o momento. A Alemanha, com representatividade de 16,3%, importou 5,917 milhões de sacas (-12,9%) e ocupou o segundo lugar no ranking.
Na sequência, vêm Itália, com a compra de 2,614 milhões de sacas (-9%); Bélgica, com 2,454 milhões (-27,6%); e Japão, com a aquisição de 2,241 milhões de sacas (+5,7%). É válido destacar a performance das exportações à Colômbia. O país vizinho importou 1,037 milhão de sacas de janeiro a novembro, o que representou incremento de 39,2% ante 2020 e 2,9% dos embarques brasileiros totais ao longo de 2021.
Tipos de café
O café arábica foi o mais exportado no acumulado do ano até o momento, com o despacho de 29,219 milhões de sacas ao exterior, o que correspondeu a 80,5% do total. Já a variedade canéfora (robusta + conilon) teve 3,459 milhões de sacas embarcadas, com representatividade de 9,5%. Na sequência, vêm os segmentos do produto solúvel, com 3,569 milhões de sacas (9,9%), e do café torrado e torrado e moído, com 41.096 sacas (0,1%).