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Agricultura

Milho: mercado segue de olho no clima da América do Sul

Grandes produtores, como Argentina e Rio Grande do Sul, podem sofrer novos cotes na produção diante das adversidades climáticas

O clima deve ficar no centro das atenções dos players do milho na próxima semana. Grandes produtores, como Argentina e Rio Grande do Sul, podem sofrer novos cotes na produção diante das adversidades climáticas. No cenário externo, o último relatório de oferta e demanda do USDA trouxe poucas movimentações em relação ao preço em Chicago.

Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho nesta semana próxima semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Paulo Molinari.

– O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de fevereiro surpreendeu negativamente no milho;

– Não houve mudanças no quadro norte-americano, no qual se esperava um corte de estoques. Também se esperava um corte na safra argentina, que não ocorreu. O mercado projeta em 48 milhões de toneladas. O USDA manteve o número incabível de 54 milhões;

– Em meio a isso, a semana foi de realização de lucros após uma forte sequência de altas na Bolsa de Chicago (CBOT);

– O produtor norte-americano avançou em vendas no mercado físico local, com milho a US$ 6,50, soja a US$ 16 e trigo a US$ 7.50. Isto vai segurando o movimento de novas altas na CBOT;

– Agora o mercado aguarda o clima na Argentina nos próximos 30 dias assim como no Rio Grande do Sul para definir se realiza novos cortes na produção local ou mantém os atuais números;

– A partir de março, o foco é a intenção de plantio nos EUA. O viés segue sendo de corte nas áreas de milho e aumento nas áreas de soja;

– Mercado interno brasileiro de milho passa por um mês de fevereiro em que o setor consumidor procura conter qualquer movimento mais intenso de alta no grão;

– Talvez, a tentativa de levar o mercado até uma matemática de importação viável. Hoje, a importação da Argentina custa R$ 100/102 no porto + tributos + frete interno;

– Em outras palavras, inviável a importação de milho neste momento;

– Mas, como estamos em colheitas e lotes pontuais sempre surgem regionalmente, a tentativa é de empurrar o abastecimento no cotidiano com estas colheitas regionais e tentar evitar preços mais altos;

– É claro que há uma situação de crise na suinocultura e de margens menores na avicultura, contudo, enquanto o alojamento estiver alto não há folgas para o abastecimento de milho no primeiro semestre e nem mesmo para os preços;

– Colheitas da soja avançando de forma generalizada e podendo afetar regionalmente a disponibilidade de milho em alguns estados. Mercado segue de alta para o milho neste primeiro semestre;

– Produtores têm focado em reter soja a qualquer custo e alguns elevaram as vendas de milho neste início de fevereiro. Este movimento ajudou a conter os preços do milho.

milho híbrido Bayer
Foto: Bayer
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