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Agricultura

Milho: saiba o que esperar para o mercado na semana

Conflito no Leste Europeu segue impactando o mercado, diante da dificuldade de Ucrânia em cumprir os contratos de exportação

O mercado do milho digere as altas na Bolsa de Chicago observadas na última semana. O preço do grão segue influenciado pelas altas constantes do trigo, que segue impactado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia

Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria Paulo Molinari.

– Novas fortes altas do milho na Bolsa de Chicago. As elevações são reflexo das constantes valorizações no trigo, devido às sanções que estão sendo impostas ao maior exportador mundial, a Rússia;

– Além disso, o impedimento da Ucrânia, como terceiro maior exportador, em cumprir os contratos de exportação de milho ajuda no movimento de alta global;

milho
Foto: Renata Silva/Embrapa

– Importadores que têm compras realizadas na Ucrânia terão que partir para outros mercados para atender a sua demanda por milho no curto prazo;

– Enquanto o mercado de trigo não encontrar acomodação, não haverá acomodação para o milho;

– Em março, o USDA divulga dois relatórios fundamentais para o mercado: no dia 9, Oferta e Demanda; e no dia 31, Intenção de Plantio para os Estados Unidos. Os dois relatórios tendem a ser altistas para milho;

– No mercado interno, apesar do melhor interesse do produtor em vender milho e segurar soja, o cereal apresentou mudança importante de contexto na semana;

– O quadro de crise externa chegou ao Brasil, no caso do milho;

– Compradores internacionais avançaram em milho disponível brasileiro na semana e um surto exportador foi registrado em pleno primeiro semestre;

– O quadro que já parece bastante ajustado agora pode ficar mais complicado com este novo fluxo de vendas na exportação para abril e maio;

– Talvez 1 milhão de toneladas possam entrar no espaço de exportação para os próximos 60 dias. Volume necessário para atender à demanda interna;

– Contudo, no movimento de pressão pelo lado dos consumidores para derrubar os preços, o setor parece ter ignorado as altas da Bolsa de Chicago e o quadro internacional;

– Agora, o exportador ressurgiu pagando preços altos, de R$ 106 a R$ 113 nos portos e absorvendo grandes volumes internos;

– Ignorar a variável externa quando se refere a altas é uma das características da demanda interna e mais uma vez o revés está vindo por esse ambiente;

– Agora o mercado terá que ajustar os seus estoque e competir com o exportador para garantir abastecimento até a entrada da safrinha em julho.

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