No dia em que a Petrobras anunciou aumentos da gasolina e do gás de cozinha, o presidente Jair Bolsonaro disse que não irá congelar os preços dos combustíveis. “Eu não tenho poder sobre a Petrobras. Não vou, na canetada, congelar os preços dos combustíveis. Muitos querem, mas já tivemos essa experiência no passado”, afirmou Bolsonaro.
A declaração foi dada nesta sexta-feira, em evento no Centro de Pesquisas em Energia e Materiais, em Campinas (SP). “Nós somos autossuficientes em combustíveis, por que esse preço atrelado a dólar? Eu posso agora rasgar contratos? Como fica o Brasil perante o mundo? Estamos recuperando a nossa imagem no mundo”, completou o presidente.
Bolsonaro voltou a atrelar os problemas econômicos enfrentados pelo país, como o aumento da inflação e o desemprego, às medidas de isolamento social adotadas por estados, Distrito Federal e municípios para enfrentamento da pandemia. “Reclamam, no Brasil, do aumento dos preços de mantimentos e de combustíveis. Ninguém faz isso porque quer”, afirmou o presidente.
Para o presidente, o Brasil foi o país que menos sofreu, do ponto de vista da economia, durante a pandemia e que melhor está se recuperando. Isso, segundo ele, apesar da “política do fiquem em casa, a economia a gente vê depois”.
O presidente voltou a criticar a atuação do Senado na CPI da Pandemia e na avaliação da indicação de André Mendonça para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). “Aquela CPI é um circo. Tentam nos acusar do que não fizemos. Não gastei um centavo na compra da vacina Covaxin. Como ser corrupto?”, disse Bolsonaro, referindo-se às negociações para compra da vacina indiana, que não ocorreu.
Bolsonaro diz ter indicado para o Supremo “um excepcional jurista que é evangélico”, mas que há correntes no Senado contrárias. A indicação ocorreu em junho, mas até agora o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), não marcou a sabatina. Bolsonaro diz ter ouvido: “A gente resolve a CPI, a gente resolve tudo, mas me dê a vaga do Supremo”.