Agronegócio

Preço do milho sobe mais de 70% no mercado internacional, diz Ipea

Segundo análise do instituto, as cotações de itens agropecuários tiveram alta generalizada no primeiro semestre deste ano

Os preços dos produtos agropecuários registraram alta generalizada no primeiro semestre de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado. A afirmação pode ser constatada na nota de conjuntura referente ao terceiro trimestre de 2021 divulgada nesta quinta-feira, 17, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A análise aponta que no mercado internacional, a soja subiu 65,9%, o milho 72,3%, o trigo 24,4%, o algodão 38,1%, o boi gordo 18,3%, os suínos 65,3% e a carne de frango, 24,2%. Apenas o arroz apresentou patamares inferiores, com queda de 11% nas cotações em dólar.

“O que nós observamos nesses produtos foi um aquecimento na demanda mundial. Essa alta nos produtos agrícola também foi registrada no mercado doméstico”, diz Ana Cecília Kreter, pesquisadora associada do Ipea.

No ambiente doméstico, os valores médios de todos os principais produtos, exceto a batata, também aumentaram, com índices acima de 40% para os grãos e de 36% para as carnes.

“O primeiro semestre foi marcado por problemas climáticos, que comprometeram culturas importantes, como o milho segunda safra e o café”, ressalta Ana.

Os preços do principal produto do agronegócio brasileiro, a soja, seguiram em alta no país impulsionados pela valorização dos prêmios de exportação e pela manutenção da alta demanda externa pelo produto. Os preços domésticos da oleaginosa aumentaram 78,5% no primeiro semestre de 2021 em relação a igual intervalo de 2020.

Quanto ao milho o movimento interno foi semelhante, com alta de 76,5% no primeiro semestre, impulsionada pelas perdas de produção na segunda safra devido ao clima, com estiagens e geadas, no centro-sul. Com colheita e exportação menores, a importação deverá crescer 58,3%, para 2,3 milhões de toneladas.

O café arábica, espécie mais produzida no país, encerrou o segundo trimestre de 2021 com alta de 17,5% nos preços na comparação com o trimestre anterior, impulsionado pela estimativa da quebra na safra brasileira 2021-2022.

Com relação às carnes, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021 houve alta no preço das proteínas: boi gordo com alta de 4,9% , carne suína 2,9% e carne de frango 10,9%.