No Brasil, são conhecidas seis espécies de ácaros que podem atacar a soja. De acordo com o professor de Entomologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Jonas Arnemann, o surgimento destas pragas é favorecido pela estiagem agrícola. “Períodos de duas semanas ou mais de falta de chuva condicionam ao aumento da população de ácaros em soja”, explica.
Segundo ele, o ataque destes animais no grão sempre começam pelas bordas da lavoura, passando a se distribuir por toda a área. “O produtor rural deve vistoriar a lavoura de soja semanalmente em busca dessas reboleiras e com o auxílio da câmera do celular, tirar fotos destas folhas com injúrias, que são pontuações amareladas ou até mesmo folhas prateadas e dar um zoom e verificar a presença de teias porque esta é a principal diferença em relação a outros tipos de pragas”, afirma.
Arnemann destaca que o manejo destas pragas se inicia no período vegetativo da cultura. Assim, é importante evitar a aplicação de inseticidas químicos do grupo piretróides, já que estimulam a reprodução das fêmeas dos ácaros e a sua dispersão na lavoura.
“Depois, a partir do florescimento, fazer o monitoramento semanal das lavouras de soja em busca das primeiras áreas com ocorrência para então se fazer o manejo assertivo, que depois deve ser feito com inseticidas químicos. Temos hoje 38 inseticidas químicos e 34 biológicos, à base de fungos, registrados para soja. Essas aplicações devem ser feitas quando se encontram de dois a três ácaros por folíolo de planta de soja”, detalha.