Até o início dos anos 2000, o Brasil não tinha a tradição de produzir grãos em solos arenosos, mas de lá para cá, o cenário mudou e o produtor tem alcançado produtividade de até 70 sacas de soja por hectare.
De acordo com pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, Sérgio José Alves, foram mais de 25 anos de estudo para entender como alcançar bons ganhos nesse tipo de solo. Uma alternativa que contribuiu para este avanço foi a integração lavoura-pecuária. A reforma de pastagem utilizando soja, por exemplo, trouxe bons resultados.
“[Para a fertilidade], a gramínea entra com a estruturação do solo e a soja com nitrogênio. Controlamos as invasoras, as formigas, os insetos e controlamos, também, a erosão do solo. Essa construção da fertilidade do solo, quando é bem feita, vemos que, inclusive, vai aumentando a produtividade da soja com o passar do tempo”, declara.
A ferramenta é também uma boa alternativa para amenizar os prejuízos com o clima. “A nossa percepção é que quando a gente faz a rotação de soja com pastagens, por exemplo, conseguimos manter o solo coberto o ano inteiro. A gente faz calagem e gessagem e, com isso, o sistema radicular da soja fica mais profundo e ela acaba explorando uma área maior do solo e, assim, fica menos sujeita à falta de chuva. Então, é por isso que a produtividade vem se consolidando em solos arenosos. Construímos essa fertilidade e a raiz explora um sistema radicular maior e, aí, se consegue diminuir um pouco o efeito do clima”, finaliza Alves.