O Tratamento de Sementes Industrial (TSI) utiliza máquinas computadorizadas de alta tecnologia, que permitem mais precisão e uniformidade na aplicação de inseticidas e fungicidas. Esse método está ganhando cada vez mais a confiança dos produtores, tanto é que no Brasil, atualmente, cerca de 40% das sementes de soja são tratadas dessa maneira.
Para mostrar os detalhes da produção e também as diferenças em relação ao realizado diretamente nas fazendas, conhecido como on farm, o 12º episódio do Aliança da Soja visitou duas indústrias de tratamento. Na cooperativa Castrolândia, em Itaberá, no interior de São Paulo, por exemplo, o protocolo é personalizado, com produtos e dosagens variados para atender as características e necessidades de cada lavoura.
“Hoje o processo de tratamento de sementes é feito em três locais da cooperativa, com três máquinas de tratamento industrial. Assim, conseguimos fazer até 350 toneladas/dia de tratamento […]. O foco desse tratamento industrial, quando pensamos no produtor, em nossos clientes e associados, é ele garantir um estande de plantas adequado e que a semente venha performando desde os estágios iniciais de cultivo sem ataques de insetos ou doenças de solo que podem impactar na germinação da semente ou na qualidade desse material”, diz o coordenador de produção de sementes da cooperativa, Rodrigo Hilbert.
Segundo ele, os benefícios do método compreendem o controle de pragas e doenças, o estabelecimento do estande da lavoura e o melhor enraizamento e germinação, além de maior produtividade e custo benefício atrativo. Assim, a técnica potencializa a genética do grão e protege a semente durante todo o ciclo.
Capacidade de processamento
Já na indústria Lagoa Bonita, também em Itaberá, a capacidade de processamento de sementes é de 12 toneladas por hora. “O tratamento industrial é realizado em diversas máquinas, sendo a máquina de batelada uma das melhores para a capacidade da semente, garantindo o princípio ativo do produto utilizado por unidade de semente”, explica o coordenador de produção da empresa, Victor Vascoski.
Quando comparada às sementes brancas, como são chamados os grãos sem tratamento, o trabalho na indústria reduz a aplicação de defensivos durante o ciclo. Para ter melhor aderência no solo e ser mais resistente ao clima, o insumo ainda recebe uma camada de polímeros pós-secante. “Eles ajudam na aderência da semente e, assim, diminuem a lixiviação do produto, tendo uma liberação gradativa para uma melhor absorção pela plântula e uma melhor proteção pela lavoura”, comenta o coordenador.
Diferença entre métodos
No programa, o pesquisador da Embrapa, Ademir Henning, ainda destacou as vantagens e desvantagens do método on farm, feito diretamente na fazenda, e o TSI, em indústrias. “A vantagem do método on farm é que o produtor pode adquirir o produto indicado pelo técnico e usar uma máquina movida a eletricidade para tratar de 60 a 70 sacas por hora […]. Já a desvantagem desse método é a distribuição do produto, a dose correta que será aplicada, visto que o produtor utiliza água para veicular o fungicida e o inseticida e não tem exatidão”, diz.
Segundo ele, o tratamento industrial, por outro lado, conta com equipamentos projetados para preservar a qualidade da semente, reduzindo praticamente a zero o dano mecânico. “As doses de produtos são todas calculadas por computadores. Os tanques são separados e o produtor tem a chance de escolher, com assistência técnica, o que ele necessita na semente […]. Assim, a vantagem é a dose adequada de produto por semente, além do tratamento agregar valor porque, com a adição do polímero, o produto fica retido na semente”, afirma.