A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou aos seus associados, por meio da atualização de seu protocolo de biosseguridade, a recomendação de suspensão imediata das visitas a granjas, frigoríficos e demais estabelecimentos da avicultura do Brasil.
A decisão foi tomada no âmbito do conselho diretivo da associação, e é válida tanto para brasileiros quanto para estrangeiros.
Apenas quem trabalha diretamente e exclusivamente na respectiva unidade produtiva deve ter o acesso autorizado.
A recomendação vale independentemente do cumprimento de “vazios sanitários” – medidas anteriormente tomadas para que o acesso fosse autorizado, no qual o profissional proveniente de outros países cumpria um período de quarentena para atestar ausência de qualquer contaminação.
A ABPA recomenda, ainda, que necessidades específicas e emergenciais sejam analisadas à luz destas recomendações, e com duplicação de cuidados.
A ABPA segue em campanha massiva setorial, e tem recomendado também os seguintes cuidados aos avicultores brasileiros:
- Higienização das mãos e troca de roupas e sapatos antes de acessar as granjas, no caso dos profissionais com acesso autorizado;
- Desinfecção de todos os veículos que acessem a propriedade, sejam de passeio ou de transporte;
- Higienização de todas as roupas e sapatos em caso de retorno de viagem ao exterior, além de vazio sanitário no retorno ao trabalho;
- Evitar o contato dos animais das granjas com outras aves, especialmente aves silvestres.
De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, todo o setor produtivo brasileiro foi convocado à intensificação das medidas, para preservar o status sanitário do Brasil.
“É preciso enfatizar que o Brasil não tem e nunca registrou Influenza Aviária em seu território. Neste sentido, queremos reforçar a estratégia setorial para evitar que o problema adentre as produções industriais do país. Cabe lembrar que os casos registrados na América do Sul ocorreram no litoral, em aves aquáticas locais e migratórias. Existem questões geográficas que também protegem o nosso setor desta enfermidade que afeta apenas os animais. Mesmo assim, estamos em alerta total para manter o Brasil em sua posição como maior exportador mundial e segundo maior produtor de carne de frango, além de expressivo produtor de ovos.É uma questão setorial, mas também de interesse da sociedade, já que são duas das proteínas mais consumidas pela população brasileira”, ressalta Santin.
Santin ainda lembra que não se espera que as notificações de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em aves silvestres ou outras que não sejam de produção industrial, e de Baixa Patogenicidade em aves domésticas ou de cativeiro afetem o status sanitário do país e gerem fechamento de mercado, à luz dos regulamentos da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).