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Aumento da energia elétrica para avicultores passa de 67% no Paraná

Alta demanda e baixos investimentos na rede elétrica geram altos custos aos produtores ruraisO aumento nas tarifas de energia elétrica vem causando preocupação aos avicultores paranaenses. A evolução da tecnologia tem melhorado os índices zootécnicos na produção avícola, mas o investimento é alto e a maioria dos equipamentos depende da energia elétrica. Um estudo da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep) indicou que o aumento de preço da conta de energia elétrica das áreas rurais passou de 67% em um ano.

Fonte: Sebastião Garcia/Canal Rural

Segundo a médica veterinária Ariana Weiss Sera, responsável pela pesquisa, quanto mais fechado o galpão maior é o gasto de energia. O que mais consome é o aviário “dark house”, devido aos sistemas de iluminação e ventilação. O galpão com pressão negativa necessita de sistemas para ventilação. Essa combinação de investimento em tecnologia e custo de energia elétrica interfere diretamente na rentabilidade da produção e vem sobrecarregando o bolso do avicultor nos últimos anos.

Para avaliar melhor as dimensões desse impacto, vale analisar o modelo de aviário comumente instalado na região sudoeste do Paraná, que possui o 4° maior efetivo total de frangos no estado segundo dados do IBGE. O modelo possui 100 metros de comprimento por 12 metros de largura, sistema de pressão negativa e, basicamente, conta com comedouros automáticos, bebedouros tipo Nipple, seis exaustores e nebulização de média pressão, além do painel de controle. Esse aviário consome aproximadamente 2150 kWh por lote de frango produzido em condições de normalidade.

No sudoeste, o levantamento dos custos de produção realizado pela Faep, em abril desse ano, revelou aumento de 5,25% no custo variável e 7,46% no custo total de produção em relação a maio de 2014. Entre os itens que compõem o custo total, a energia elétrica garantiu a liderança no ranking dos maiores reajustes. Em 2014 a energia representou 5,52% do custo total de produção e saltou para 8,59% em 2015, registrando aumento de 3,07%.

Em função da alta demanda e dos baixos investimentos no setor elétrico, ocorreram reajustes das tarifas bem acima da inflação. O resultado nas faturas rurais foi um aumento de 67,10%, entre dezembro de 2014 e maio de 2015

De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), nesse período, o valor médio do kWh rural (sem ICMS) passou de R$ 0,176 para R$ 0,294, registrando aumento de R$ 0,118 por kWh. Sendo assim, o modelo aviário da região sudoeste (12×100) sofreu um aumento de R$ 254,67 na fatura de energia elétrica, passando de R$ 379,55 em dezembro de 2014, para R$ 634,22 em maio desse ano.
 
As simulações foram realizadas com base na tarifa de energia rural noturna, alíquotas de consumidores localizados em área rural e valores da bandeira vermelha. Produtores rurais que se encontram devidamente cadastrados no Programa de Energia Rural Noturna possuem tarifas com valores reduzidos no período noturno. 

Em relação ao aviário modelo desse estudo o valor do kWh diurno em maio desse ano foi de R$ 0,346 e o noturno de R$ 0,173, média de R$ 0,294 por kWh. 

Além do alto custo, o estudo aponta que o produtor sofre com falhas na transmissão ou até mesmo interrupções no fornecimento da energia elétrica. A infraestrutura das linhas de transmissão da energia necessária para manter o aumento da produção não acompanhou a ascensão da avicultura do estado.

As quedas na transmissão de energia elétrica elevam a taxa de mortalidade das aves e geram gastos com alternativas para manter o funcionamento dos galpões, causando aumentos consideráveis nos custos de produção. Aviários que contam com geradores de energia garantem a continuidade da produção, mas os custos sobem radicalmente com o valor de aquisição e custo para o funcionamento do gerador a diesel. 

Segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), o Paraná cresceu quatro vezes mais em relação à média brasileira em 2014. Porém, os reajustes na energia elétrica vêm causando impactos negativos ao produtor.

Orientações aos produtores

Em um levantamento realizado pelo Departamento Técnico e Econômico da Faep, sobre os aumentos nos custos de energia elétrica, foi constatado que alguns avicultores estavam com cadastros desatualizados ou sem cadastro no Programa Tarifa Rural Noturna, o que onera mais ainda a fatura da energia elétrica.

Diante disso, há necessidade de informar aos produtores para que mantenham seu cadastro atualizado na Copel. As propriedades localizadas em áreas rurais possuem tarifas de energia elétrica isentas de ICMS.

O produtor deve verificar junto a Copel se sua unidade consumidora encontra-se inscrita no programa. O desconto abrange atividades rurais que demandam energia elétrica no período noturno.

É importante evitar atrasos no pagamento de qualquer fatura emitida. Nesse caso o desconto será suspenso até que o pagamento seja efetuado, não havendo desconto na fatura do mês seguinte.

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