O governo brasileiro está aguardando a normalização das exportações de carne de frango após a confirmação de um foco da doença de Newcastle no Rio Grande do Sul. A paralisação dos embarques, especialmente para a China, já está causando grandes prejuízos para o setor, segundo Jorge Luiz de Lima, diretor da Associação Catarinense de Avicultura (Acav).
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Lima afirma que a cadeia de produção avícola é “empurrada”, significando que a produção é contínua e não pode ser pausada.
“Nós não temos onde colocar animais após abatidos, processados e congelados. Temos um limite de estoque e posições físicas para armazenar esses produtos”, disse.
Ele destacou que, ao contrário de setores como o cerâmico ou metal-mecânico, a avicultura lida com ativos vivos, o que torna a interrupção do ciclo produtivo especialmente problemática.
O ciclo produtivo de uma ave varia de 28 a 42 dias, e a preocupação aumenta quando se pensa em prazos superiores a esse período. A cadeia produtiva já estava planejada e em execução para esse ciclo, com ovos incubados e animais já alojados a campo antes da ocorrência do evento sanitário.
Consequências para o mercado interno
Segundo o presidente da Acav, haverá um inevitável aumento da oferta de carne de frango para o mercado brasileiro, devido à proibição das exportações. No entanto, ele tranquilizou os consumidores sobre a qualidade do produto disponível internamente.
“Aquilo que já temos hoje vivo ou que foi abatido após o evento sanitário estará no mercado interno. A proibição é de exportação. Temos um alimento totalmente seguro”, disse.
Lima lembra que a restrição, determinada pelo Ministério da Agricultura e pelo órgão de sanidade do estado, é específica para a região dentro de um raio de 10 km da propriedade afetada. “Epidemiologicamente, foi só aquela propriedade. Temos um frango seguro, temos um ovo seguro, não há problema com isso”, concluiu.