Enquanto a valorização do frango vivo foi de 19,1% de janeiro de 2015 para janeiro deste ano, a alta do milho, principal insumo para a ração, foi de 61,6%. O custo está pressionando os avicultores, que experimentam a pior relação de troca do último ano. Na última semana, os preços do frango vivo se mantiveram estáveis, segundo levantamento da Scot Consultoria.
Nas granjas paulistas, a ave terminada ficou cotada em R$ 2,80/kg. Atualmente, em Campinas (SP), o produtor compra 3,88 quilos de milho com um quilo de frango, queda de 26,3% em um ano. No atacado, os preços da carcaça caíram 2,2% em sete dias, cotada em R$ 3,62/kg.
Nos próximos dias o mercado deve seguir estável, mas a Scot alerta que recuos de preços não estão descartados.
Produção
A produção brasileira de carne de frango alcançou 13,146 milhões de toneladas no ano passado, volume 3,58% superior ao registrado em 2014, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Com este resultado, o Brasil se consolidou como segundo maior produtor de carne de frango do mundo, superando a China, que produziu 13,025 milhões de toneladas em 2015, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
De acordo com o vice-presidente de Aves da ABPA, Ricardo Santin, o comércio de carne de frango no Brasil esteve aquecido no ano passado, com demanda adequada. O consumo per capita de carne de frango atingiu índice médio de 43,25 quilos em 2015, saldo 1,1% maior que o obtido no ano anterior.
Ao mesmo tempo, as exportações bateram recorde, superando 4,3 milhões de toneladas. “Mesmo com a crise econômica, a cadeia produtora e exportadora de carne de frango viveu um bom momento no ano passado”, disse Santin.
“Em meio ao cenário complexo de 2015, a carne de frango ampliou sua liderança como a mais consumida pelo brasileiro. Isto, entre outros motivos, graças ao aumento do preço da carne bovina nas gôndolas e a consolidação do frango como uma das proteínas favoritas do consumidor”, destacou o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.
Apesar do otimismo, Turra chama a atenção para a necessidade de cautela na estratégia das agroindústrias do setor, frente ao cenário de insumos, principalmente milho. “Temos expectativa que as ações que estão sendo tomadas pelo governo deverão acalmar e tornar mais ‘reais’ as cotações do milho, que também deverá sofrer influência do aumento da oferta com a colheita da primeira safra e do provável desaquecimento das exportações, com a intensificação dos embarques de soja, tomando os espaços nos portos de grãos”.