Aves e Suínos

Avicultura deve ter crescimento ajustado à demanda em 2020, diz Safras

A consultoria estima que a produção de carne de frango deve passar de 13,5 milhões de toneladas para 13,7 milhões de toneladas, uma alta de 0,8%

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Foto: Ascom/ Seagro

A avicultura brasileira inicia 2020 com uma expectativa de crescimento na produção mais ajustado para atender a
demanda interna e externa. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, com a sazonalidade habitual na demanda doméstica nos meses iniciais do ano, é esperado um declínio na produção de carne de frango ao longo do primeiro trimestre, de modo a evitar excedentes de oferta que podem vir a pressionar as cotações do frango vivo e dos cortes negociados no atacado.

Para todo o ano, a consultoria estima que a produção de carne de frango deve passar de 13,5 milhões de toneladas para 13,7 milhões de toneladas, uma alta de 0,8%. “O crescimento mais efetivo da produção tende a ocorrer a partir
da segunda metade do ano, com um cenário mais positivo previsto para os embarques de carne de frango”, afirma.

Na exportação, Iglesias ressalta que a tendência para 2020 é de uma recuperação gradativa dos embarques ao longo do ano, por conta da demanda bastante aquecida, especialmente por parte da China, destino para o qual inúmeras plantas brasileiras foram recentemente habilitadas a exportar carne de frango.

“Estamos projetando um avanço de 2,35% nas exportações do setor em 2020, que passariam de 4,016 milhões de toneladas para 4,111 milhões de
toneladas”, comenta.

Mercado

Com o cenário de boas vendas para o mercado internacional e de um consumo bastante efetivo no mercado doméstico, com a carne de frango atendendo boa parte da população brasileira, a perspectiva é de que a disponibilidade interna possa ter um aumento mais tímido em 2020 se comparado há anos anteriores.

“A projeção de Safras & Mercado indica que a disponibilidade interna de carne de frango deve ficar em 9,589 milhões de toneladas em 2020, crescendo 0,15% frente às 9,575 milhões de toneladas disponibilizadas no ano
passado”, pontua.

No que tange a custos, Iglesias disse que um ponto a ser observado pelo setor neste início de ano diz respeito ao preço do milho, que tende a permanecer elevado ao longo do primeiro trimestre, reduzindo a margem
operacional da atividade avícola.

“O setor tende a encontrar um cenário de oferta mais limitado do cereal da safra verão, por conta dos atrasos no plantio, somados aos problemas, ainda que pontuais, de seca verificados em estados produtores como o Rio Grande do Sul e de Santa Catarina”, conclui.