A forte demanda deverá ser a força matriz para o mercado mundial de carne bovina em 2020, segundo previsões divulgadas pelo Rabobank, maior banco especializado em agronegócio do mundo, no relatório para o quarto trimestre de 2019. Há expectativa de que as importações da China e de outros países da Ásia sigam bastante aquecidas.
A produção, por sua vez, tende a apresentar um crescimento mais lento no próximo ano.
- Boi gordo: arroba deve se estabelecer em R$ 200 para 2020, diz consultoria
- Arroba do boi volta a custar menos de R$ 200 no Brasil
Segundo o analista sênior de proteína animal do Rabobank, Angus Gidley-Baird, as pressões de oferta e demanda deverão causar uma redistribuição do produto entre os mercados. Para os Estados Unidos, o indicativo é de possa haver um aumento dos preços de importação, que caminham para níveis recordes como os registrados em 2014, uma vez que a demanda por parte da China está sendo bem efetiva..
Isso vem ocorrendo também para a carne bovina da Austrália e da Nova Zelândia, que devem seguir concorrendo como mercado norte-americano em 2020.
O Rabobank ressalta que a demanda forte por parte da China no setor carnes tem levado o país a ampliar as plantas de importação. Desde 1o de agosto, o Brasil possui 22 plantas aprovadas para a importação e a Argentina oito, com uma boa perspectiva para 2020. Além disso, a África do Sul recebeu o acesso novamente ao mercado chinês, bem como várias fábricas na Europa foram aprovadas.
O novo governo da Argentina, liderado pelo peronista Alberto Fernández tomou posse no início de dezembro. Segundo o Rabobank, a falta de políticas agrícolas setoriais e o aumento da chance de aumentar as tarifas de exportação de carne bovina, atualmente em torno de 5%, estão gerando incertezas sobre o futuro do mercado argentino de carne bovina.
No entanto, preços extremamente altos e boas margens para os processadores podem ajudar a compensar qualquer aumento nas tarifas de exportação que possam vir a ocorrer.
De acordo com o Rabobank, a expectativa é de que a produção de carne bovina no Brasil possa crescer 3,5% em 2020, a da China 2% e a dos Estados Unidos um pouco abaixo de 1%. Para a Europa é esperada uma leve redução na produção.