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'Ciência nega possibilidade de contaminação por Covid-19 em alimentos', diz Acav

O questionamento é sobre a alegação de detecção de traços de vírus em embalagem de produto brasileiro desembarcado na China

A Associação Catarinense de Avicultura (Acav) divulgou nesta quinta-feira, 13, uma nota com esclarecimentos sobre a suposta detecção de coronavírus na China em carne de frango importado do Brasil. Segundo o presidente da entidade, José Antônio Ribas Junior, as evidências científicas demonstram que inexiste a possibilidade de contaminação em produtos de origem alimentícia, em especial nas proteínas animais, “necessitando assim um esclarecimento das autoridades competentes quanto às alegações trazidas”.

O questionamento é sobre a alegação de detecção de traços de vírus em embalagem de produto brasileiro desembarcado na China. Confira a nota, na íntegra:

“A Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) representando o setor agroindustrial de produção de aves, tendo por referência a notícia acerca da alegação de detecção de traços de vírus em embalagem de produto oriundo  do mercado nacional remetido à China, vem por meio da presente informar que as  autoridades brasileiras estão em contato com as autoridades chinesas na obtenção de informações precisas, reiterando, contudo, que o Brasil é um país de excelência na produção de proteína animal no mundo, seja pelo aspecto de sanidade, seja pela segurança dos processos produtivos, auditados reiteradamente por mais de 150 países para os quais o produto é exportado. 

O processo produtivo brasileiro, reconhecido internacionalmente, sempre levou em consideração o respeito às pessoas, aos animais e ao uso intensivo de técnicas e tecnologias que levam excelência em qualidade e segurança do alimento colocando assim o Estado de Santa Catarina e o Brasil no topo da cadeia de produção e exportação de aves.

Nesta mesma linha, as evidências científicas demonstram que inexiste a possibilidade de contaminação em produtos de origem alimentícia, em especial nas proteínas animais, necessitando assim um esclarecimento das autoridades competentes quanto às alegações trazidas. A OMS – Organização Mundial da Saúde reportou recentemente a impossibilidade de contaminação de produtos alimentícios por Covid, o que dá a segurança necessária para reafirmarmos a qualidade do produto brasileiro. 

O produto catarinense ao longo de mais de 40 anos de parceria e investimentos em pesquisa, sanidade e nutrição que envolvem o poder público e a iniciativa privada constantemente habilita o Estado de Santa Catarina em afirmar que o produto catarinense é seguro e de qualidade.”

José Ribas Júnior afirmou, em vídeo, que setor está mobilizado para elucidar o episódio. Ele lembrou que o transporte do produto, desde a origem até seu destino, na China, leva mais de 45 dias sob temperaturas de -18 ºC. “Há toda uma segurança ao redor desse alimento até a entrega ao consumidor final”, disse.

 

Ministério da Agricultura

O Ministério da Agricultura emitiu, também nesta quinta, uma nota oficial com esclarecimentos sobre o caso. O texto diz que as informações sobre o caso provêm da autoridade sanitária do município de Shenzhen, e referem-se à detecção de ácido nucleico do coronavírus na superfície de uma amostra de asa de frango congelada.

A nota afirma que o Mapa consultou a Administração Geral de Aduanas da China (GACC) para buscar esclarecimentos. Até o momento, entretanto, o ministério não teria sido notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre o ocorrido.

Leia a nota oficial do Ministério da Agricultura:

“Na manhã de hoje, foi publicada nota no site do município de Shenzhen, província de Guangdong, com informações da autoridade sanitária local sobre uma suposta detecção de ácido nucleico do coronavírus na superfície de uma amostra de asa de frango congelada, oriunda de um lote importado do Brasil.

Segundo a nota, outras amostras do mesmo lote foram coletadas, analisadas e os resultados foram negativos.

O Escritório de Prevenção e Controle de Epidemiologia de Shenzhen informou que todas as pessoas que manusearam ou entraram em contato com o material testaram negativo para a Covid-19.

Ainda na noite de ontem, após notícia veiculada na imprensa da província chinesa, o Mapa acionou imediatamente a Adidância Agrícola em Pequim, que consultou a Administração Geral de Aduanas da China – GACC buscando as informações oficiais que esclareçam as circunstâncias da suposta contaminação.

Até o momento, o Mapa não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a ocorrência.

O Mapa ressalta que, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há comprovação científica de transmissão do vírus da Covid-19 a partir de alimentos ou embalagens de alimentos congelados.

O Mapa reitera a inocuidade dos produtos produzidos nos estabelecimentos sob SIF, visto que obedecem protocolos rígidos para garantir a saúde pública.”