O governo e os avicultores brasileiros precisam estar atentos para a influenza aviária, que está se espalhando por diversos países, como Estados Unidos, China e Canadá, provocando “graves problemas socioeconômicos”. O alerta foi feito pela consultora em Sanidade Agropecuária da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Tania Lyra.
– Atualmente, a América do Sul é o único continente que o vírus da influenza aviária ainda não chegou. Contudo, a rota das aves migratórias que vêm do continente norte-americano, a vasta fronteira com países que não levam questões sanitárias tão a sério quanto o Brasil, e a presença natural das aves silvestres no meio ambiente, tornam o risco eminente – disse ela ontem, dia 26, durante audiência pública na Comissão de Agricultura (CAPADR) da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Segundo Lyra, a disseminação da doença nas granjas de produção comercial pode gerar uma pandemia com perdas irreversíveis da produção brasileira, barreiras sanitárias às exportações e redução do consumo no mercado interno.
A consultora da CNA apontou como um problema a exigência da distância mínima no raio de três quilômetros que os aviários devem ter em relação aos núcleos de produção de ovos férteis, pelo fato de os produtores terem dificuldade em cumprir a norma. Outra questão citada por ela é a capacidade de adequação das instalações (barracões), especialmente por pequenos avicultores com estruturas mais antigas.
Para ela, o setor produtivo precisa de ajuda para realizar os investimentos estruturais necessários para proteger a produção, seja por adiantamento financeiro do pagamento dos lotes a serem produzidos, seja pelo incentivo aos integrados para buscarem novas linhas de crédito, como o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro) do Banco de Desenvolvimento Nacional (BNDES).
No caso do setor público, os governos estaduais precisam reforçar seus serviços de defesa sanitária.