Os custos com aquecimento nas granjas do Paraná aumentaram em média 20% nos últimos 12 meses, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura do Paraná (Seab).
O aumento é resultado de uma série de fatores, incluindo a redução da oferta de madeira no mercado interno, devido ao crescimento das exportações para a Europa, e a alteração de linhagens de aves, que exigem um período de aquecimento mais longo.
Segundo o avicultor Carlos Eduardo Maia, de São João do Caiuá, no norte do Paraná, o aumento dos custos com aquecimento tem impactado negativamente a lucratividade da atividade.
“A gente está comprando lenha a um preço muito alto, o que está pesando muito no nosso orçamento”, afirma Maia. “Além disso, o período de aquecimento das granjas aumentou, o que também contribuiu para o aumento dos custos.”
O técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR, Fábio Mezzadri, explica que a redução da oferta de madeira no mercado interno é resultado de uma combinação de fatores, incluindo o aumento da demanda por produtos florestais da Europa, devido à guerra na Ucrânia, e a redução do plantio de florestas no Paraná.
“A gente plantou menos florestas no Paraná nos últimos anos, o que diminuiu a oferta de madeira no mercado interno”, afirma Mezzadri. “Além disso, a guerra na Ucrânia fez com que a Europa começasse a demandar muito dos nossos produtos florestais, o que também contribuiu para o aumento dos preços.”
O aumento dos custos com aquecimento é mais um desafio para a avicultura paranaense, que já enfrenta uma série de dificuldades, como os altos custos de produção e a concorrência internacional.
Detalhes do levantamento
O levantamento do Deral mostra que o metro cúbico da lenha, por exemplo, passou de R$ 62,03 em outubro de 2020 para R$ 140,90 em maio de 2023, um aumento de 127%.
O cavaco também apresentou elevação expressiva de preços, acumulando acréscimo de 135% no mesmo período, passando de R$ 60,44 para R$ 141,88 a tonelada.
Já a maravalha apresentou aumento de 69%, saltando de R$ 199,17 em outubro de 2020 para R$ 336,83 em fevereiro deste ano.
Segundo a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a receita dos avicultores paranaenses cobre apenas os custos variáveis, ou seja, as despesas ligadas diretamente à produção do lote, que não incluem depreciação das instalações, dos equipamentos e a remuneração sobre o capital investido.