Companhias processadoras de carne de frango nos Estados Unidos querem aumentar em 25% a velocidade de suas linhas de produção, para acompanhar a crescente demanda interna e externa pelo produto.
O Conselho Nacional de Frango, que representa companhias do setor nos EUA, está buscando autorização do Departamento de Agricultura do país (USDA) para processar 175 aves ou mais por minuto. Atualmente, a maioria dos frigoríficos trabalha com um limite de 140 aves por minuto.
A autorização, se concedida, vai reverter uma decisão de 2014 do governo do presidente Barack Obama que limita a velocidade das linhas de produção a 140 aves por minuto. Sindicatos, acadêmicos e alguns inspetores sanitários advertem que, com o aumento da velocidade, será mais difícil garantir a segurança alimentar e dos funcionários de frigoríficos.
A petição do Conselho Nacional de Frango junto ao USDA foi protocolada num momento em que empresas como Tyson Foods e Sanderson Farms planejam construir novos frigoríficos com capacidade para processar mais de 1 milhão de aves por semana cada. O consumo per capita de carne de frango nos EUA deve alcançar um recorde de 41,4 quilos neste ano e a indústria deve processar cerca de 18,6 milhões de toneladas do produto.
“Essa mudança não vai afetar a segurança alimentar”, e pode até melhorá-la, disse o presidente do Conselho Nacional de Frango, Michael Brown. Ele sugeriu que as companhias poderão contratar mais funcionários, automatizar algumas tarefas e alterar o desenho das plantas para garantir a segurança dos funcionários. O USDA disse que está considerando a petição.
Grupos de defesa do consumidor e sindicatos alertam que o aumento da velocidade vai elevar o risco em tarefas que já são conhecidas pelos altos índices de cortes, infecções e lesões causadas por movimentos repetitivos.
Já o Conselho Nacional de Frango argumenta que muitas das tarefas mais rápidas seriam realizadas por máquinas e que o índice de doenças e lesões no setor diminuiu 81% entre 1994 e 2015. Além disso, o conselho diz que uma maior eficiência das plantas vai ajudar os EUA a reconquistar mercados que foram perdidos para concorrentes como o Brasil.