As exportações de carne de frango devem encerrar 2016 com um total de 4,39 milhões de toneladas embarcadas, estima a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o que representa um crescimento de 2% na comparação com o volume exportado em 2015 (4,30 milhões). A nova estimativa, divulgada nesta terça-feira, dia 13, durante entrevista em São Paulo, está abaixo da expectativa anterior da entidade, divulgada em julho, que previa um avanço de 8% no volume dos embarques, para 4,6 milhões de toneladas.
Segundo projeção da entidade, a receita das vendas externas da proteína neste ano (considerando o frango inteiro, cortes, processados e congelados) deve alcançar US$ 6,875 bilhões, queda de 4,1% na comparação com o ano passado.
As exportações de carne de frango do Brasil (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) recuaram no mês de novembro, em termos de receita cambial, mas ainda continuam positivas em volume embarcado. Conforme números da ABPA, os embarques atingiram 4,022 milhões de toneladas entre janeiro e novembro, 3% acima do volume alcançado nos 11 primeiros meses de 2015, com 3,904 milhões de toneladas.
A produção brasileira de frango deverá alcançar 12,9 milhões de toneladas em 2016, o que representa queda de 1,8% ante 2015. O consumo per capita de frango deverá cair 4,9%, para 41,1 kg, ante 43,2 quilos em 2015, segundo a ABPA. “É notável como faltou proteína na mesa do brasileiro este ano”, afirmou durante a entrevista o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, citando a crise econômica do País.
Sobre a queda da produção, que frustrou as perspectivas iniciais de crescimento (para 13,6 milhões de toneladas), Turra citou como principal motivador a alta do preço do milho. “Esse ano aconteceu um verdadeiro tsunami para nós no fim de fevereiro. Não imaginávamos que o preço do milho pudesse chegar a R$ 60 a saca”, relatou. Turra comentou, ainda, sobre a crise política que o Brasil enfrenta ao longo do ano que, segundo ele, reforça a necessidade do trabalho de associações e entidades.
Para 2017, a ABPA projetou um avanço do volume exportado e da produção de 3% a 5%. Turra afirmou que o novo surto de influenza aviária que está atingindo áreas produtoras no globo pode favorecer os embarques do produto brasileiro.