A extinção da tarifa antidumping sobre a carne de frango brasileira importada pela China, oficializada no fim de fevereiro, deve influenciar as exportações do setor paranaense.
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A medida elimina impostos de 17,8% a 34,2%, impactando as projeções para o mercado.
Maior produtor e exportador da proteína no país, em 2023, o Paraná exportou 2,08 milhões de toneladas de carne de frango, das quais 1,27 milhão foram embarcadas por cooperativas (61% do total).
Expectativa
Uma das cooperativas prejudicadas pela tarifa antidumping é a Coasul, de São João, no sudoeste do Paraná. Ela pagava 22% de imposto na exportação do produto.
O acordo antidumping entre Brasil e China foi firmado no começo de 2019.
Naquele ano, as cooperativas paranaenses tiveram a imposição de um preço mínimo para exportar e as que seguissem as regras do governo chinês não teriam a incidência do imposto.
A Coasul, no entanto, ainda estava em processo de habilitação.
“Por isso, quando conseguimos a habilitação, no final de 2019, a norma já estava em vigor e fomos mais penalizados que as demais cooperativas. Mesmo praticando o preço mínimo, tínhamos que pagar 22% de imposto”, diz o vice-presidente da cooperativa, Paulo Roberto Fachin.
Só no ano de 2023 a Coasul pagou R$ 20 milhões em imposto para o governo chinês.
“Isso impactava o nosso resultado, tirando boa parte da nossa rentabilidade”, observa o vice-presidente.
“Para a Coasul, o fim da tarifa foi uma boa notícia. Além de garantir uma melhor remuneração pelo que já exportamos, há possibilidade de ampliar a exportação com mais cortes, como coxa e sobrecoxa que não vinham sendo exportadas para o mercado chinês porque a taxação inviabilizava”, afirma Fachin.
Apesar da taxação, a exportação de frango para a China era interessante para a cooperativa, especialmente porque o país consome alguns cortes específicos que outros mercados não compram, como é o caso dos pés e patas do frango.
Na Coasul, são 174 avicultores cooperados que mantêm 284 aviários. A produção é de 165 mil aves por dia. Do total produzido, 50% é comercializado no mercado externo. A China é o principal destino, mas a cooperativa exporta também para o México, Chile, União Europeia, Oriente Médio, Japão, Coreia e Singapura.