Os preços internos da carne de frango se mantiveram em patamares recordes nominais em outubro, segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A demanda doméstica relativamente firme e a oferta reduzida, decorrente do controle no alojamento de pintainhos, impactou na firmeza dos preços em diversas categorias do produto.
No atacado da Grande São Paulo, o quilo do frango inteiro congelado teve média de R$ 4,60 em outubro, valor 0,9% maior que a de setembro. Nesta quinta-feira, 3, o congelado foi comercializado na média de R$ 4,48/kg na praça paulista, queda de 0,7% em sete dias. Para o frango inteiro resfriado, o preço médio em outubro foi de R$ 4,66/kg no atacado da Grande SP, alta de 2,2% em relação aos valores praticados em setembro; enquanto o resfriado foi comercializado na média de R$ 4,52/kg, ligeira queda de 0,2% em sete dias.
Exportação
As exportações totais de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura, embutidos e outros processados) registraram crescimento de 5% entre janeiro e outubro na comparação com o mesmo período do ano passado, com total de 3,693 milhões de toneladas, segundo levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O faturamento, no entanto, caiu 3,57%, com US$ 5,748 bilhões, na mesma base de comparação.
Apesar da alta acumulada em volume no ano, considerando apenas o mês de outubro, houve retração de 4,5%, na comparação com o décimo mês de 2015, com total de 314,7 mil toneladas. No saldo cambial, houve retração de 2,2%, com US$ 509,9 milhões.
Segundo o vice-presidente de mercados da ABPA, Ricardo Santin, alterações no ritmo de vendas para mercados da Ásia, como o Japão, influenciaram a retração dos embarques no mês passado. “Em setembro, as exportações para o Japão chegaram a 47 mil toneladas, diante de uma média mensal de 32 mil toneladas registrada até então. O total de 22 mil toneladas embarcadas para o país em outubro mostra que houve um adiantamento de parte das vendas no mês anterior”, disse Santin, em nota.
Outros fatores também influenciaram o desempenho das vendas em outubro, segundo o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra. “Houve recentemente a suspensão das exportações de produtos de cinco plantas para a China para ajustes documentais, o que impactou o saldo final do mês. Soma-se a isso a ausência de embarques para a Venezuela, que em outubro de 2015 superaram 10 mil toneladas”, afirmou.