Em Arthur Nogueira, São Paulo, aves com 45 dias são vendidas para as cooperativas por uma média de R$ 58,00, sendo que 13% do valor é gasto com energia. O desembolso em janeiro deste ano foi o dobro da média de 2014.
– O meu custo no ano passado foi em torno de R$ 0,04 por ave. Já este ano, em janeiro, que é a primeira conta que veio pra mim, chegou perto de R$ 0,08, considerando que janeiro é um mês muito quente. Se eu levar em consideração este custo com mais os outros meses que eu acredito gastarei menos por ser inverno, acredito que vá chegar perto de R$ 0,06 por ave – conta o avicultor Edson Bassi.
Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a alta é de 28,7% em média. No Norte e Nordeste, o reajuste é de 5,5%. Além disso, os consumidores terão que pagar uma taxa extra das bandeiras tarifárias, cobrada nas contas quando há aumento do custo de produção de energia. O país está na bandeira vermelha, o que significa uma taxa de R$ 5,5 para cada 100 quilowatts/hora. Antes, esse valor era de R$ 3,00.
A integradora do pecuarista é a Cooperativa Pecuária de Holambra, que também está vendo os custos subirem com o reajuste da luz.
– A nossa conta de energia, entre fábrica de rações e o abatedouro, terá um impacto entre R$ 120 mil e R$ 150 mil por mês. É muito custo a mais. O presidente da Associação Paulista de Avicultura, Érico Poezzer, já adianta que a conta chegará ao consumidor final.
– Naturalmente o produtor rural, as indústrias e os abatedouros terão que passar para o custo do produto, que é o frango abatido – pontua.
A orientação é economizar energia, mas com temperaturas mais baixas, os frangos morrem. No caso do agricultor Bassi, seu galpão tem 25 mil aves, com 26 dias de vida. Com essa idade, para o crescimento dos frangos, a temperatura pode passar de 26ºC. Para isso, os exaustores funcionam 24 horas por dia, e o consumo de energia é muito grande.
– Não tem como eu fazer uma redução de energia porque as aves irão morrer. Elas necessitam de ventilação o tempo todo. Se eu desligar os exaustores e ventiladores, o prejuízo será maior – conclui o criador.