A União Europeia anunciou nesta quinta-feira, dia 19, que 20 frigoríficos brasileiros estão proibidos de exportar carne de frango para o bloco econômico. A relação oficial das empresas afetadas ainda não foi publicada, mas circula pelo setor o rascunho de um documento com timbre da Comissão Europeia com o nome e a localização das unidades.
A maior parte dos frigoríficos (oito) está no Paraná. Também há empresas em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A lista inclui as unidades da BRF no Paraná (Ponta Grossa e Toledo); Santa Catarina (Concórdia, Chapecó, Capinzal); Rio Grande do Sul (Serafina Correa e Marau); Goiás (Rio Verde); Mato Grosso (Várzea Grande); e Mato Grosso do Sul (Dourados).
Também foram relacionadas as unidades da SHB em Francisco Beltrão (PR) e Nova Mutum (MT); Copacol, em Cafelândia (PR); Copagril, em Marechal Cândido Rondon (PR); Zanchetta Alimentos, em Boituva (SP); São Salvador, em Itaberaí (GO); Bello Alimentos, em Itaquiraí (MS); Coopavel, em Cascavel (PR); Avenorte, em Cianorte (PR); e LAR Cooperativa Agroindustrial, em Matelândia (PR).
Outro lado
Por meio de nota, a Lar Cooperativa Agroindustrial afirmou nesta sexta-feira, dia 20, que a decisão da União Europeia “não está baseada em assuntos relacionados à saúde humana, mas em barreiras comerciais”.
A empresa, que tem sede no Paraná, lamenta a decisão do bloco europeu. A cooperativa informa ainda que do total de carne que industrializa, 50% é destinada para exportação, e deste volume, 7% corresponde a comercialização com a UE. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Lar foi a sétima maior exportadora do produto no Brasil em 2016.
A cooperativa diz também que ainda não recebeu notificação oficial sobre o assunto, “a fim de informar com mais precisão as dimensões e consequências dessa suspensão”. “Nosso compromisso com a qualidade na produção de frango já tem 18 anos de história, comprovada pelas certificações internacionais de BRC (British Retail Consortium) e Global G.A.P. (Good Agricultural Practice)”, completa.
A cooperativa Copacol afirmou, em nota, que continua habilitada a exportar produtos in natura para a União Europeia “respeitando e cumprindo a legislação”. A unidade da Copacol, em Cafelândia (PR), é um dos 20 estabelecimentos citados na lista-rascunho com os nomes dos frigoríficos que devem sofrer sanções do bloco europeu nos próximos dias.
Em nota, a Copacol diz ainda que atualmente exporta para mais de 50 países, atuando em cinco continentes e que tem certificações de qualidade, como ISO 9001, BRC Produtos Alimentícios e APPCC/HACCP, que a atestam como apta a produzir alimentos e segura para atender a demandas do mundo inteiro.
Já a São Salvador Alimentos informou que a empresa não foi notificada oficialmente e por enquanto não vai se pronunciar.
O Canal Rural procurou as demais empresas relacionadas, mas não obteve retorno até o momento. A reportagem não conseguiu o contato da Zanchetta Alimentos e da Bello Alimentos.