Antes que a União Europeia (UE) anuncie sua decisão sobre a importação de carne de aves do Brasil, principalmente em relação à produção da BRF, a secretaria de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura derrubou nesta terça-feira, 17, à noite o auto embargo que havia imposto a unidades produtoras desde a Operação Trapaça, deflagrada em março.
Um despacho da pasta atesta o retorno da produção e certificação sanitária das fábricas de Concórdia (SC), Dourados (MS), Serafina Corrêa (RS), Chapecó (SC), Várzea Grande, Ponta Grossa, Rio Verde (GO), Marau (RS) e da SHB Comércio e Indústria de Alimentos, em Francisco Beltrão (PR).
“Com o sinal da UE para delistamento (exclusão da lista das plantas autorizadas) destes abatedouros, e não tendo motivos técnicos para manter a suspensão, levantamos a medida”, disse o secretário de defesa agropecuária, Luís Rangel.
Segundo fonte, mesmo que a UE anuncie sanções entre esta quarta-feira, 18, e a quinta, 19, o fim do bloqueio do governo brasileiro pode ter efeitos práticos para a empresa, já que a indústria poderá realizar embarques nesses dias.
Na terça, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que o Brasil vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a decisão da União Europeia de suspender a compra de carne de frango de frigoríficos brasileiros.
Segundo ele, o bloco não acatou os apelos do governo na semana passada e anunciará o descredenciamento de nove unidades da BRF da lista de exportadores. Maior processadora de alimentos do país, a empresa é também a maior exportadora de carne de frango do mercado brasileiro.
Os europeus alegam preocupações sanitárias com base nas investigações da Operação Trapaça, deflagrada em março pela Polícia Federal, e que tinha como alvo a empresa brasileira, dona das marcas Sadia e Perdigão. Ela é acusada de fraudar laudos de controle de salmonela.