A influenza aviária que atinge plantéis em diversos países do planeta tem resultado no aumento da demanda por carne de frango brasileira, disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em nota. A entidade avalia que, embora a projeção de crescimento das exportações da proteína de frango em 2025 seja de 1,9%, para 5,4 milhões de toneladas, “já em janeiro os embarques apresentaram crescimento de 10%”, diz a ABPA. Em receita, o avanço foi de 20,9%, para US$ 753,66 milhões.
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Segundo a entidade, as exportações de carnes têm sido impulsionadas pelo aumento da demanda da China, da União Europeia e das Filipinas. O ritmo de embarques deve continuar forte, na avaliação da ABPA, tendo em vista que a média diária nos primeiros 15 dias úteis de fevereiro atingiu 23.728 toneladas, volume 22,33% acima das 19.396 toneladas de fevereiro de 2024.
“Com base nas parciais semanais recebidas, há projeção de embarques acima de 450 mil toneladas”, diz a ABPA. Em fevereiro do ano passado, as exportações de carne de aves in natura totalizou 368,53 mil toneladas.
Mercado doméstico de carne
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, informa também que nas vendas internas de carne o setor “segue em equilíbrio”, impulsionado pela alta demanda do produto, “que tem influenciado positivamente o consumo de carne de frango”. A entidade relata que a produção nacional de carne de frango deve alcançar até 15,3 milhões de toneladas em 2025, alta de 2,7% em relação a 2024.
Já a disponibilidade interna está projetada em 9,9 milhões de toneladas, crescimento de 2,1%. O consumo per capita, por sua vez, deve ser de 46 quilos, aumento de 2%.
Despesas para produção de carne
Em relação aos custos de produção, a ABPA avalia que o cenário segue positivo, “em especial no caso do farelo de soja”. “Com estoques mundiais elevados e a projeção de uma colheita histórica acima de 170 milhões de toneladas no Brasil, o complexo soja deve ajudar a equilibrar os custos de produção do setor”, assinala a ABPA.
Santin diz ainda que o setor de proteína animal “não prevê problemas no acesso aos insumos este ano”. Sob este aspecto, cita dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que preveem que o estoque de passagem de milho para o ano deve ser superior ao registrado em 2024. “Diversas consultorias têm indicado que produção total deve ultrapassar 130 milhões de toneladas, favorecendo a previsibilidade no custo da ração”, destaca Santin.