Galos que antes eram usados para participar de rinhas agora podem ser adotados por pequenos produtores de Uberaba (MG). Um projeto do hospital veterinário da Universidade de Uberaba (Uniube), acolhe os animais que são resgatados pela polícia que participavam das rinhas, uma prática que é criminosa, e realizam um trabalho de ressocialização com os galos.
“Infelizmente as rinhas acontecem com alguma frequência em regiões de Minas, Rio de Janeiro e algumas áreas do Nordeste. Por meio de denúncias, a polícia consegue recuperar alguns animais e muitos chegam mutilados, com feridas nos olhos, cabeças e até esporas cortadas. O nosso trabalho de ressocializar os galos dura, em média, três meses”, conta o gerente clínico do hospital veterinário, Cláudio Yudi.
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O projeto de adoção de galos teve início pelo hospital veterinário em maio deste ano, em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais. Desde então, 20 animais já ganharam um novo lar e outros 40 estão em processo de ressocialização para serem adotados. Ao todo, 81 galos, foram resgatados até o momento.
“Em alguns galos é mais difícil fazer o processo de ressocialização, pois quando mais esse animal briga, mais complicada se torna a reabilitação. Com isso, assim que recebo as aves as deixo isoladas em um recinto. É um trabalho de paciência, uma vez que tem aqueles que sempre brigam. As vezes se trata de um fator genético, e precisam de mais tempo para se reabilitar”, conta Yudi.
O médico veterinário ainda conta que as galinhas são fundamentais no processo de reabilitação dos galos resgatados das rinhas. “Elas têm um papel importante pois ajudam os galos a reaprender a como ciscar e empoleirar”, ressalta.
Como adotar os galos resgatados pelo hospital?
Segundo informações do hospital veterinário da Uniube, os galos resgatados, a maior parte deles da raça índia mura, serão disponibilizados principalmente para agricultores familiares da região. O produtor que tiver interesse em adotar os galos resgatados deve entrar em contato com o hospital veterinário pelo telefone (34) 3319-8787. Claudio Yudi lembra que o animal adotado deve ser usado para reprodução e não pode ser abatido. Posteriormente a adoção, os veterinários promovem visitas aos galos que ganharam um novo lar para acompanhamento.