A metionina em pé é coisa rara de se ver hoje em dia, há cerca de dois meses que o produto está em falta. O problema é que ela é 100% importada e as fábricas estão paradas.
– O que a gente sabe é que, nos Estados Unidos, alguns produtores de matérias primas para a síntese de metionina tiveram problemas e as fábricas pararam. Com isso houve redução da oferta mundial de metionina, sendo que os Estados Unidos é um grande produtor, parte da metionina que vem para o Brasil vem de lá – explica o gerente de pesquisa e desenvolvimento, Leandro Hackenhaar.
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Em uma fábrica de rações no município de Rio Claro, no interior de São Paulo, os estoques de metionina caíram 90%. O pouco que sobrou, os 10% restantes já estão vendidos. Isso quer dizer que quem procura metionina para comprar, não vai encontrar.
– A metionina custa em torno de US$ 4 a US$ 5 o quilo. Hoje, se você tentar comprar metionina no mercado spot a US$ 15, talvez tenha dificuldade de encontrar – diz Hackenhaar.
Em uma cooperativa de Holambra (SP) são usadas 300 gramas de metionina por tonelada de ração, o que representa 5% do custo. Já para os produtores, o impacto no aumento do preço da metionina representa R$ 500 mil a mais por mês, segundo o presidente da Associação Paulista de Avicultura, Erico Pozzer.
Ariovaldo Zanni, vice-presidente da entidade que reúne as principais empresas produtoras de ração, explica que, com a falta de metionina, é inevitável o aumento nos custos do avicultor. O importante é buscar alternativas que garantam a produtividade.
– Existe alternativa de substituição da metionina, ou parte dela, por conta do uso de outros ingredientes, que estão disponibilizados no mercado. É o caso da betaína que em parte também substituiu uma fração da metionina, e os próprios outros ingredientes, os macro ingredientes, o milho, o farelo de soja, enfim outros ingredientes que o próprio aplicativo vai buscar para atender os requisitos da síntese proteica dos animais – sugere Zanni, do Sindirações.
