A Cooperativa Languiru anunciou, nesta terça-feira (21), o início do processo de venda de seu frigorífico de suínos, localizado no município de Poço das Antas (RS), para o grupo JBS, em um negócio de R$ 80 milhões. A à JBS e à Seara Alimentos, empresa integrante do grupo. A cooperativa de Teutônia está em liquidação extrajudicial, e a venda de ativos consta de seu plano de reorganização.
Conforme o acordo, a companhia investirá R$ 120 milhões nos próximos cinco anos para reestruturar a planta frigorífica, cujas operações foram paralisadas em 30 de junho.
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A Seara estima que a unidade possa processar até 1,2 mil suínos por dia e manter cerca de 400 empregos. O protocolo, assinado pelo governador do estado, Eduardo Leite, e pelo CEO da Seara, João Campos, prevê ainda a absorção de produtores antes integrados da Languiru e um período de adaptação das propriedades às exigências da nova empresa. Segundo a Seara deverá dar prioridade para a contratação de terceirizados que já prestavam serviços. A JBS já iniciou estudos para reestruturar a cadeia produtiva e de logística.
A Seara tem expectativa de recontratação de pessoal no começo de 2024 e retomada da produção em março. Conforme a empresa, a planta de Poço das Antas tem potencial para processamento diário de 3,4 mil suínos, em dois turnos, atendendo ao mercado gaúcho e se habilitando para exportações com a marca Seara, que tem abatido suínos da região nas suas unidades em Ana Rech e Seberi.
O governador Eduardo Leite disse que já encaminhou à Assembleia Legislativa projeto de lei que autorizará a transferência de saldos credores de ICMS para a empresa, viabilizando a concretização do negócio. O presidente da Seara, João Campos, disse que a JBS conta com 17 mil colaboradores, em 20 municípios gaúchos, e conta com 2,8 mil produtores integrados.
A planta de Poço das Antas, entretanto, é cobiçada pela Cooperativa dos Suinocultores dos Vales (Coosuval), formada por 36 associados da cadeia descontinuada pela Languiru em julho, após anúncio da interrupção da coleta de leitões.
“A partir de 4 de julho, começamos a operar, alojando leitões e produzindo rações na fábrica de rações da Languiru, em Estrela”, afirma o presidente da Coosuval, Luiz Ricardo Bayer. A Coosuval já fez proposta de compra da unidade e entrou na Justiça para ter prioridade no negócio.
“Não estamos tendo essa oportunidade, com acesso facilitado como deveríamos ter”, diz Bayer. O presidente diz que a proposta é melhor, mas não revela valores porque a ação judicial corre em segredo de Justiça.
Na semana passada, 125 produtores assinaram um abaixo-assinado solicitando que a Languiru entregue a carta de aceite da venda. Conforme Bayer, a Languiru tem prazo até a próxima segunda-feira para responder ao pedido. “Os cooperados aguardam ansiosamente essa resposta”, afirma.
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