O governo da China deu permissão para a entrada de 70 mil toneladas de carne bovina originária do Brasil que estavam retidas nos portos chineses desde a confirmação de um caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como “doença da vaca louca”, no estado do Pará, em 22 de fevereiro.
O mercado chinês permaneceu fechado para as exportações de carne bovina brasileira por aproximadamente um mês, sendo completamente reaberto em 23 de março.
No entanto, Pequim tinha bloqueado a liberação alfandegária da carne que chegou aos portos chineses após o registro do caso de vaca louca no Pará, mas antes da reabertura do mercado.
Agora, todo o estoque de carne nos portos chineses recebeu autorização para entrar no país.
Segundo o diretor de jornalismo do Canal Rural, Giovani Ferreira, com a liberação, o Brasil vai superar em 50% o volume total exportado no primeiro semestre do ano passado.
“O que isso significa? Significa que estamos devolvendo o potencial de exportação recorde da carne bovina brasileira em 2023. No ano passado, alcançamos quase 2 milhões de toneladas. Com certeza, existe uma grande chance e potencial para exportarmos acima de 2 milhões de toneladas de carne bovina. E por que a China é importante? A China é o maior comprador de carne bovina do Brasil”, diz.
Carne suína e de frango
Segundo Giovani Ferreira, a produção de carne de frango difere de outras commodities, pois ocorre ao longo do ano, com períodos de corte e embarque variando de mês a mês. No entanto, essa variação é mínima devido à demanda constante e orgânica.
“De janeiro a junho de 2023, estamos prevendo exportar 2,4 milhões de toneladas de carne de frango, o que já ultrapassa a metade do total exportado no ano passado, que foi de 4,42 milhões de toneladas. Esses dados mostram que estamos superando os 50% para a metade do ano. Há um potencial para exportarmos cerca de 5 milhões de toneladas de carne de frango, um novo recorde”, explica.
No caso da carne suína, diz Ferreira, faltando uma semana para os embarques, o Brasil já exportou metade do volume do ano passado, que foi de 500 mil toneladas.
“A carne suína, assim como o frango e o boi, provavelmente atingirá um novo recorde. Estimamos exportar cerca de 1,1 a 1,2 milhão de toneladas de carne suína. É importante ressaltar que estamos exportando a carne a preços mais baixos. Há demanda, mas o preço não é muito alto devido à grande oferta no mercado internacional. No entanto, no final das contas, o importante é atender a demanda, cobrir os custos pelo menos no mercado interno. E o mais importante, conquistar o mercado internacional. Isso é o que o Brasil vem fazendo nos últimos anos com as três proteínas animais. Tivemos um bom desempenho em 2022 e esperamos ter um bom desempenho em 2023, ampliando e diversificando os mercados”, afirma.