A notificação do Ministério da Agricultura, sobre o fim do foco da doença de Newcastle em um aviário comercial em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, está publicada em relatório de ocorrência da doença na plataforma de “gerenciamento de eventos” (ocorrências de doenças) da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O status do caso, contudo, ainda constava como “em andamento” na plataforma, até sexta-feira passada (26). Ou seja, ainda depende da análise e reconhecimento do órgão internacional de saúde animal.
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No relatório, o foco de Newcastle em Anta Gorda consta como surto iniciado em 9 de julho e concluído em 25 de julho em uma ave. A atualização decorre do envio de informações do governo brasileiro à OMSA apontando para o fim do foco.
“A investigação epidemiológica conduzida pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) nas áreas perifocais (raio de 3 km do foco) e de vigilância (raio de 10 km do foco) não identificou animais apresentando sinais clínicos compatíveis com a doença de Newcastle”, diz a atualização de ontem descrita no relatório.
A causa do evento ou a origem da infecção mantém-se como “desconhecido ou inconclusiva”.
O relatório cita, ainda, a confirmação do foco da doença em granja de avicultura de corte com o sequenciamento genético confirmando o vírus de Newcastle. O documento público da OMSA revela que, dos 14,4 mil animais da propriedade, 6,516 mil morreram e 7,884 mil foram sacrificados.
O governo brasileiro relatou à OMSA o cumprimento das medidas de controle do foco com desinfecção do local, eliminação de carcaças, subprodutos e resíduos, controle de movimentação dos animais, vigilância da zona restrita, zoneamento e rastreabilidade.
Em nota, o Ministério da Agricultura afirmou que, com a notificação sobre a conclusão do foco de Newcastle encaminhada à OMSA, o governo brasileiro aguarda a retirada da suspensão, por parte dos países importadores, para a retomada total das exportações de produtos avícolas.
“Com o fim do foco da doença disponibilizaremos aos países todas as informações sobre o diagnóstico atual e as medidas adotadas. Isso permitirá que eles analisem e confirmem que estamos livres de Newcastle, possibilitando a retomada das certificações para exportação”, disse o secretário de Defesa Agropecuária da pasta, Carlos Goulart, na nota.
O ministério esclareceu que mantém a execução de medidas de controle e vigilância do raio de 10 km do foco, incluindo a emergência zoossanitária nos municípios de Anta Gorda, Doutor Ricardo, Putinga, Ilópolis e Relvado. A granja afetada será monitorada por 42 dias para verificar se há resquícios de circulação do vírus, segundo o ministério. “Após esse período e com resultado negativo para a presença do agente patógeno, o aviário será liberado para funcionamento novamente. Já para as demais granjas da região, que estão na área de emergência agropecuária, a liberação será por protocolos específicos”, explicou a pasta na nota.
A doença de Newcastle é uma doença viral que afeta aves domésticas e silvestres e causa sinais respiratórios seguidos por manifestações nervosas. Os últimos casos no País haviam sido registrados em 2006 em aves de subsistência em Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Não há casos de transmissão da DNC entre humanos ou pelo consumo de produtos avícolas.