A piscicultura está em expansão no país e a tilápia é a espécie mais produzida. Em 2016, o país fechou o ano com um crescimento de 10 por cento no setor e faturamento de 4,5 bilhões de reais. São Paulo é o segundo maior produtor, fica atrás apenas do Paraná.
O piscicultor Wagner Camis explica que a demanda tem aumentado depois que o peixe caiu no gosto do consumidor e acredita que o cenário deve melhorar ainda mais. “O Brasil produz um produto de primeira qualidade com bom rendimento de carcaças, suas estruturas são bastante apreciadas, é um produto bastante apreciado, o que faz com a demanda cada vez aumente mais”, afirma.
A área concedida pelo governo possui três hectares, o equivalente a 27 mil metros quadrados e anualmente pode produzir até 900 toneladas.
Sua propriedade possui 226 tanques separados de acordo com a fase do peixe desde a juvenil, que chega para engorda pesando 30 gramas, à terminação que varia de 800 gramas a 1 quilo. Em média, este processo demora seis meses, mas dependendo da temperatura da água e da época do ano pode ser um pouco mais.
De acordo com o zootecnista Renie Venn Chan, é importante ficar atento às mudanças de temperaturas durante as estações do ano. Quando ela está mais baixa, o metabolismo da tilápia fica mais lento e, consequentemente, o ganho de peso será menor. Já no verão, com as águas mais quentes, o animal se alimenta melhor e cresce mais. “Por isso, num período quente o tempo varia entre mais ou menos seis meses, e no inverno pode variar entre oito ou nove meses”, explica.
O transporte é feito com todo cuidado necessário para garantir o bem estar animal. O tanque é içado por um guincho e os peixes são tirados manualmente. Em seguida são colocados em uma caixa d’água com sal que estimula a produção de muco, que funciona como uma proteção natural. Já a alimentação é feita com ração quatro vezes ao dia. A quantidade depende do tamanho do peixe no tanque, da temperatura da água e do oxigênio dissolvido nas áreas da represa. O manejo sanitário também muda de acordo com a época do ano.
Chan explica que alguns cuidados não podem ser deixados de lado. “No verão, fazemos alguns tipos de manejo, usamos anestésicos, usamos o sal que estimula a produção de muco no peixe, serve como medida preventiva”.
A orientação do profissional é que no inverno seja evitado o manejo, já que a espécie é de águas tropicais e pode ficar suscetível a doenças. “Quando a gente faz o manejo no inverno acaba acarretando algumas doenças como fungos, bactérias e vírus”, completa Chan.