No calendário religioso, a época da quaresma e também da Semana Santa marcam o período em que o consumo de carne vermelha é tradicionalmente substituído pelos frutos do mar e pescados.
Neste ano, o consumidor enfrenta os desafios do encarecimento dos produtos da cesta básica típicos do período de Páscoa.
No entanto, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, o mercado dos peixes de cultivo costuma ser mais estabilizado porque a maioria dos produtos disponibilizados no comércio são industrializados.
“Os peixes da Semana Santa já foram entregus pela indústria há mais de 20 dias, alguns até 30 dias, o que acaba fazendo com que se tenha uma programação durante todo o ano de processamento de entrega, o que permite que se tenha preços mais estáveis durante o ano e a correção acaba ficando muito próxima da inflação, que é o que aconteceu nos últimos 12 meses”.
Segundo ele, a proteína de peixe é a que mais aumentou no consumo nacional dos últimos dez anos. “Tivemos um aumento geral de 53%, um incremento de 5,3% ao ano, ou seja, o brasileiro está consumindo mais peixe de cultivo quando comparado com aves, suínos, bovinos, ovos e leite”.
Peixes substitutos do bacalhau
Medeiros conta que apesar da estabilidade dos preços, o bacalhau sempre acaba pesando mais no bolso pelo aumento da demanda. “Mas o consumidor já escolheu o substituto: é o filé de tilápia, que se encontra em todos os supermercados do Brasil, inclusive na Região Norte”.
Medeiros ressalta que no Norte e Centro-Oeste do país, o tambaqui se destaca no gosto popular. “É um produto saboroso, fantástico, um dos melhores peixes da Amazônia e que hoje é cultivado em grande escala, principalmente nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Roraima, sendo muito consumido em grande parte do Brasil”.