Demanda aquecida faz produtor trocar agricultura por peixes

Atividade se expande no interior paulista, em função do crescimento da procura por pescado

Fonte: Divulgação: GOV/RS

Piscicultores de São Paulo estão animados com o potencial do mercado interno de peixe. A demanda por pescado cresce todos os anos no país e já tem agricultor migrando para a atividade ou instalando tanques para obter renda extra.

No principal polo paulista de café, a região de Espírito Santo do Pinhal, os irmãos Jonas e Júlio Ragazzo vêm dividindo a atenção da produção de grãos com a piscicultura. Eles contam que já possuíam reservatórios na propriedade e, há seis anos, adaptaram os viveiros à criação comercial de peixes. 

A propriedade da família mantém quatro tanques, com produção média de uma tonelada de pescado por mês. Os peixes são vendidos, principalmente, para pesque-pagues. 

“Havendo disponibilidade de água na propriedade, não tem porque não aproveitar para criação de peixe. Desde que você faça um estudo e invista nisso, é uma atividade que pode ser rentável”, afirma Júlio Ragazzo.

A Associação Paulista de Piscicultores, que reúne hoje 25 produtores, garante que já tem agricultor escolhendo a criação de peixes como principal fonte de renda. De acordo com o presidente da entidade, José Marcos de Souza Pádua, esse seria o segmento do agronegócio que mais está crescendo.

Um levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) constatou que o Brasil importa 70% do peixe consumido no país. A demanda estaria crescendo ano a ano, o que estimularia criadores e entidades. No interior paulista, a meta é descentralizar a venda para que os peixes cheguem mais rápido à mesa do consumidor.
 
Pádua afirma que um programa estadual proporcionou a conquista de verbas junto ao Banco Mundial para construção de um frigorífico. A associação tem também se empenhado em fechar parcerias para garantir a qualidade do peixe que sai dos tanques. Com o apoio técnico da Embrapa, todos os criadores da entidade devem fazer a coleta de bioindicadores da água, um controle que diz muito sobre a saúde dos viveiros.

Engenheiro agrônomo e técnico em aquicultura da Embrapa, Maximiliano Leonello Júnior afirma que o sistema está sendo finalizado e levado aos piscicultores. “Isso trará condições para o saber a qualidade da água dos seus viveiros através dos organismos que vivem no próprio tanque”, diz.