As exportações da piscicultura brasileira totalizaram US$ 5,7 milhões no 3º trimestre de 2021, um aumento de 71% em comparação com igual período de 2020.
No comparativo com o 2º trimestre de 2021, o aumento foi de 43%.
No acumulado de janeiro a setembro de 2021, as exportações já totalizam US$ 12,8 milhões, 10% maiores do que as verificadas em todo 2020 (US$ 11,7 milhões).
As informações fazem parte do sétimo informativo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Pesca e Aquicultura) e da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
“Acredito que as exportações de 2021 podem apresentar um crescimento de pelo menos 15% comparadas com as do ano passado”, disse em nota o pesquisador na área de economia aquícola, Manoel Pedroza, da Embrapa Pesca e Aquicultura, com sede em Palmas (TO).
Tilápia
O principal produto exportado é a tilápia: apenas de julho a setembro deste ano, foram US$ 4,9 milhões. Somando-se os três trimestres, as exportações brasileiras de tilápia atingiram US$ 10,9 milhões, que significaram 85% do valor de todo o peixe exportado pelos produtores brasileiros no período.
De acordo com Pedroza, “a posição da tilápia como principal espécie exportada é uma tendência consolidada e que deve se manter no médio prazo, apesar da perspectiva de crescimento das exportações de outras espécies como o tambaqui”. Tanto no terceiro trimestre como em todo o ano, essa foi a terceira espécie mais exportada; entre o tambaqui e a líder tilápia, estão os curimatás, com 10% das exportações.
Entre as categorias de produtos exportados, os peixes inteiros congelados apresentaram os maiores volumes no terceiro trimestre, com US$ 2,5 milhões e alta de 112% no comparativo com o trimestre anterior. Os filés frescos ou refrigerados foram a segunda categoria mais exportada, com US$ 1,3 milhão e aumento de 41%. Merece destaque o forte crescimento das exportações de filés congelados (236%).
Exportadores e importadores
Mato Grosso do Sul voltou a manter a posição de maior exportador de tilápia no terceiro trimestre de 2021, com um total de US$ 1,9 milhão, representando um aumento de 96,7% na comparação com o segundo trimestre. O Paraná aparece na segunda posição, com US$ 1,7 milhão, seguido pela Bahia, com US$ 802 mil.
Os Estados Unidos foram o destino de 54% dos peixes exportados pelo Brasil neste ano. Em valores financeiros: US$ 7 milhões.
Na sequência, vem a China, com mais de US$ 1,5 milhão ou 12% das exportações brasileiras. Comparando-se o terceiro e o segundo trimestres deste ano, houve crescimento de 43% nos valores das exportações da piscicultura brasileira.
“Quanto ao mercado dos Estados Unidos, acredito que poderá haver uma diversificação dos destinos, o que pode reduzir a dependência das vendas para esse país. Por exemplo, temos verificado um aumento das exportações para países sul-americanos como Peru, Colômbia e Chile, que juntos já importam mais de 20% dos embarques da piscicultura”, avaliou o pesquisador da Embrapa.
No terceiro trimestre de 2021, o déficit da balança comercial da piscicultura foi de US$ 193 milhões, sendo maior do que o registrado no segundo (US$ 169 milhões) e primeiro trimestres (US$ 150 milhões). Esse aumento no déficit da balança comercial da piscicultura no terceiro trimestre foi influenciado pelo aumento das importações, que passaram de US$ 173 milhões no segundo trimestre para US$ 199 milhões no terceiro trimestre.
Entre as principais espécies da piscicultura importadas pelo Brasil no terceiro trimestre de 2021, o salmão apresentou o maior volume, com US$ 184 milhões, equivalendo a 90,3% do total importado. Os bagres (incluindo o pangasius) ocuparam o segundo lugar, com US$ 13,9 milhões, seguidos pelas trutas, com US$ 791 mil.