Bahia

Piscicultores conseguem boa rentabilidade na Bahia

A atividade tem encontrado entraves devido ao alto custo de produção, principalmente com a ração para os peixes

Tilápia, pintado e tambaqui são espécies de peixes de água doce que fazem sucesso na mesa da população e nos tanques dos piscicultores na Bahia.

Além dos ovos de Páscoa, esses peixes ganham destaque durante a Semana Santa. A produção aquícola baiana é focada nessas espécies.

Segundo o último levantamento divulgado pela Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor da produção no estado é de R$194 milhões, incluindo pouco mais de 12 milhões de toneladas de tilápia e 1 milhão de toneladas de tambaqui produzidos no estado.

O piscicultor Delmar Rambo segue o exemplo da maioria dos produtores do Oeste da Bahia: uma produção pequena direcionada principalmente ao mercado interno.

“Eu deixei de atender o mercado externo e optei pelo pesque-pague. Hoje eu tenho aproximadamente de 6 a 7 mil tambaquis e 2.500 surubins por ano”, conta.

Já o produtor Sandro Coimbra atende mais cidades da região e consegue mercado o ano todo por um preço satisfatório.

“Anualmente, eu tiro cerca de 200 toneladas de peixe para comercialização. A atividade é compatível hoje, não está ruim, mas poderia ser bem melhor na nossa região”, opina.

Atualmente, o mercado de pescados movimenta mais de R$9 bilhões por ano no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura.

Custo de produção

A Bahia tem 1.668 estabelecimentos agropecuários que comercializaram produtos provenientes da aquicultura no último ano.

A atividade tem encontrado entraves devido ao alto custo de produção, principalmente com a ração para os peixes.

“Para se produzir peixe hoje, o custo com ração varia entre 70% e 90% do custo total. Ela é hoje um dos principais vilões”, conta o consultor Marcelo Oliveira, que presta assistência técnica para mais de 228 piscicultores na região oeste.

A valorização do produto para conseguir o aumento da competitividade é a maior demanda entre os produtores, que são, em sua maioria, adeptos da agricultura familiar e possuem baixos recursos.

“Embora haja dificuldade no segmento, os produtores ainda conseguem se sobressair com viabilidade e lucro final razoáveis”, afirma o consultor.